O Auto conhecimento é a chave para a conquista do sucesso.

segunda-feira, 30 de julho de 2012

Seguindo a trilha CapV b

Um ano se passou desde o dia em que o capelão Domingos determinou que Sofia era uma bruxa! De lá para cá, tanta coisa está diferente na vida desta família! Sofia relembra o encontro de Rui, seu marido com seu amigo Francisco que o apresentou ao capitão da caravela. Não por acaso, mas ela tem certeza que sua Santa Senhora estava a guiar os passos, para a salvação do terrível destino das famílias que tinham um membro seu queimado na fogueira. Nem por acaso a caravela saía de Portugal naquele mesmo dia para o Brasil! Fôra uma viagem terrível para Sofia, que ama tanto sua terra natal e sente muita saudade de casa. A jovem portuguesa que nunca saíra das terras onde tinham construido seu lar, tremera de medo a viagem toda! O mar, tão grande, como era possível? E aquelas pessoas negras no porão, que terror! Mas eles sobreviveram aos oito meses que durou a travessia. E hoje, a adaptação em terras novas está sendo um verdadeiro sacrifício, muito difícil. No que chegaram ao Brasil, as terras boas já tinham dono. Como ele não haviam trazido dinheiro para comprar, eles se aventuraram e adentraram na mata, abrindo clareiras, junto com outras famílias portuguesas que também vieram no mesmo navio. A conquista da terra foi feita sem dificuldade, os índios amedrontados, se embrenharam mata adentro, e o governo lhes deu posse da terra conquistada. Pela primeira vez, nesta noite, eles dormem em seu próprio casebre. O pensamento de Sofia busca na prece conforto, ela ora baixinho...- Senhora mãe minha,agradeço! Ave Maria, cheia de graça... Ela sente que parece que se passaram dez anos! Mas consegue trazer para seu coração, gratidão. Está com seu marido amado, seus dois filhos e um lar! É uma terra estranha, são pessoas diferentes! Na cama, deitados ela encolhe o corpo, aconchega o marido e as crianças e adormece, chamando sua Santa Senhora para proteger sua família. Só então consegue extenuada, adormecer.

Seguindo a trilha Cap V a

É noite, o canto da coruja desperta Jacira. As dores em seu corpo, trazem como um raio a violência sofrida. Não consegue mais chorar! Está muito fraca. Junta a pouca energia que tem para esfregar duas pedras, uma na outra, nos galhos secos, que sempre deixa pronto para usar. Logo uma pequena fogueira arde e o crepitar dos galhos secos, é o único som ao redor, até a coruja está quieta. Coloca em um pote de barro algumas ervas que guarda dentro de um velho saco. Vira água de um cântaro e coloca junto do fogo para aquecer. Sonolenta, fraca, espera com paciência que o fogo faça sua parte. Logo a infusão das ervas deixa exalar do pote, um cheiro forte. Está pronta a beberagem. Bebe, engolindo devagar todo o líquido. O gosto é adocicado, acarinhando o corpo da jovem índia. Conforme seu corpo absorve o líquido, uma nova energia brota nela. Sua voz,grave como num lamento, entoa um canto. Lá fora, as estrelas dominam o céu. A lua cheia brilha, clareando a escuridão natural da mata e o som da sua voz é expandida para longe. Animais e pássaros acostumados com o canto alegre que ela canta, todos os dias, sentem seus pelos e penas arrepiarem, os amigos queridos dela sentem que algo de muito ruim aconteceu. A voz dela não é mais a mesma! Dentro da oca, ela veste suas roupas de feiticeira. Pinta o rosto, braços, pernas com o carvão do fogo do dia anterior onde ela tão feliz encerrara os rituais, que parece que foi há séculos atrás! Sua voz canta dando um ritmo acelerado, alto e vai se tornando rouca. Seu olhar atravessa a oca, abre as asas de gavião que neste momento está nela, voa até o rio, na cachoeira, buscando o rosto daqueles homens, até identificar um por um, são sete. Retorna rápida à oca. Retoma a consciência, sendo Jacira a feiticeira! Ela pega o saco preto, cheio de espinhos. A voz grave e rouca. começa agora uma cantinela de malefícios, dirigidos aos homens que a violentaram. Quando joga os espinhos no fogo, surge um clarão forte e a forma da salamandra se delineia nas chamas. Com o corpo tremendo, devido ao poder que está exigindo dele, ela fala palavras xamânicas, e com o espinho fura seu dedo indicador da mão esquerda. O sangue começa a escorrer e ela o pinga sobre as chamas, sobre os espinhos que queimam e que enviam a morte decretada por ela, à salamandra. Repentinamente a floresta se enche de gritos apavorantes, comungando todas as fôrças da escuridão com ela. Então uma explosão acontece e a salamandra é libertada do fogo, levando com ela as maldições e a sentença. Jacira levanta, vai até a entrada da oca e acompanha com olhar duro o rastro de fogo que se afasta célere em busca de seu destino.

Seguindo a trilha Cap V

Igual à pantera, as narinas de Nakeba se dilatam, para identificar os cheiros ao redor. Um cheiro dirá qual o caminho que deve ser seguido. O sol lança seus raios sobre a africana, neste pedaço da Terra! Encontra o cheiro, "cheiro do mar" que retesa os músculos de todo o corpo. Atenta pressente que foi para lá, que seus irmãos foram levados. E tal qual a pantera seu animal-totem, inicia a caminhada com pisadas firmes e rápidas! Dois dias se passam. Seguindo o faro, ela é guiada pela selva africana. Passa por aldeias que vivem a mesma dor que a sua, deixada para trás. Velhos e crianças, mulheres com o olhar vazio contando a mesma história : a saudade de seus homens levados para longe, à força! Seu instinto diz que ela está cada vez mais perto e o cheiro do perigo no ar alerta que aqueles homens maus estão por perto. O cheiro no ar de pólvora queimada, trazido pelo vento alerta Nakeba. Sente que seus Orixás estão consigo. Ouve gritos de dor, protesto, choro... então os vê! Escondida na ramagem, presencia a covardia daqueles malfeitores. Homens e mulheres negros, estão acorrentados uns aos outros. Os que se rebelam, o açoite sem dó bate em seus corpos. No chão estão dois corpos mortos a tiros. Atenta, controla sua fúria, esperando a noite chegar. Mas eles conduzem pela trilha o grande número de prisioneiros, até o dia clarear, sem descanso. Como uma sombra, ela os segue. Durante tres dias, ela aguenta ver aquele terror,cada um dos homens possui armas que expelem fogo. Sua lança, o arco e flecha, não dariam conta sequer de alguns, são muitos. O cheiro do mar vai ficando cada vez mais forte! Quando ele surge imponente, é noite! O barulho das ondas tem um som que ela nunca ouvira. Afastada do grupo, por instantes, sente mêdo, estarão seus irmãos próximos dali? Exaustos os prisioneiros dormem. Os homens brancos descansam e a guarda é afrouxada. O momento esperado pacientemente por Nakeba enfim chega, é agora! Usando seu poder mágico, chama a irmã serpente para protegê-la. Sentindo sua pele se transformar, ela se arrasta e se junta ao grupo preso às correntes. Agora ela faz parte do grupo, Sente as corrente envolverem seus pulsos. Exausta, se entrega ao destino junto aos seus irmãos de infortúnio. O dia clareia. Um dos homens vem acordar os negros. Ainda meio sonolento, ele esfrega os olhos, revisa as correntes soltando palavrões. Como animais, são conduzidos até um grande barco, ela nem imagina pudesse existir algo tão grande! Um pano grande enorme com uma cruz vermelha está sobre a cabeça de todos. Logo ela vai aprender que se chama vela, amarrada ao mastro. Começa então o calvário de Nakeba que, junto com os outros prisioneiros é jogada no porão , ela não pode se despedir de sua amada África! E neste instante a fragilidade da mulher, toma conta de seu corpo, grossas lágrimas deslizam em seu rosto. Une as mãos, ainda acorrentadas de encontro ao peito, num ato de sublimação e humildade. O balanço da caravela diz que a viagem tem início.

domingo, 29 de julho de 2012

A saga de Jacira cap IV

A água da cachoeira, cai forte sobre o corpo escultural da índia Jacira. O sol no céu, está alto. O calor escaldante da tarde, faz com que a jovem mulher, interrompa seus afazeres, para refrescar seu corpo na água fria e cristalina do rio. Na margem o arco e as flechas estão displicentemente largados.Ela está longe de sua tribo. Desde menina, vem sendo preparada pelo pajé e pelas velhas índias no segredo da magia ritualística de seu povo. Segue a tradição de seus ancestrais, curandeiros da tribo. Hoje é sua vez de assumir esta responsabilidade passada de uma geração para a outra! Construir sua oca longe da tribo, sobreviver com a caça, aprender a ouvir o silêncio da noite. Vem fazendo isso há doze luas cheias! Tempo que diz que ela pode voltar! Como foi importante este tempo de recolhimento! Sente-se forte, com energia, e ao mesmo tempo pequena perante a imensidão deste céu. Está pronta para voltar e assumir com as velhas xamãs, seu lugar de direito! Mergulha o belo corpo nú, deliciada com o prazer que sente, neste momento. Ao voltar à tona, pressente o perigo...algo diferente se aproxima de onde ela está. Ouve risadas e vozes humanas, não consegue entender o que dizem. Seu olhar procura uma moita, na margem do rio, onde possa se esconder. Em vão. O que vê são suas armas, lá , sem a minima chance de serem alcançadas. Os vultos tomam forma, alguns homens de pele branca, diferente de qualquer homem que ela conheça, acenam para ela, dizendo coisas incomprensíveis. Eles vestem panos, que cobrem todo o corpo, a cabeça também é coberta. Logo, dois deles, tiram a roupa e entram na água. Seu instinto avisa que está em perigo. Como um animal acuado, procura desesperada chegar na outra margem, em vão, eles a alcançam e a puxam para fora da água. Ela grita, esperneia, se debate arranhando o corpo nas pedras roladas escuras, da beira do rio. Sente as mãos dos homens tocarem seu corpo nú, ávidas. São áspareas, grosseiras e machucam muito. Um deles a levanta pelas axilas, e cheira seu ventre com grunhidos de um porco do mato, então joga-a no chão. Meia tonta, tenta fechar as pernas, mas os dois que haviam entrado na água, não deixam. O olhar deles invade cada pedacinho do corpo da jovem índia. Um deles que parece ser o chefe, se aproxima. baixa as calças e penetra a mulher indefesa, com gemidos de prazer. O grito de Jacira se mistura ao gozo do homem branco ao entender que estava tirando a virgindade dela. Indiferentes aos gritos que ela lançava, como uma pantera ferida,os outros, um a um cometem a mesma vilania, como animais no cio, sem o menor escrúpulo. Ela perde a noção do tempo... já não grita, seus olhos parados, fitam a copa das árvores, seu corpo não sente mais nada. Assim deve ser a morte, sem sensação, ela neste momento deseja morrer. Seus sonhos, sua pureza, até então guardada para seu homem, já não mais importa. Nem Tupã o sol, nem Jaci a lua, podem fazer qualquer coisa por ela. As lágrimas quentes que enfim rolam em seu rosto, são o choro de Iara a deusa das águas, que impotente assiste ao sofrimento de sua filha. Eles enfim se afastam saciados, aos risos. Ajustam suas capas brancas onde uma cruz vermelha se destaca n frente e nas costas. Indiferentes ao estado da índia, vão embora sem olhar para trás. Machucada em seu corpo, violentada em todo seu ser, ela se arrasta até a água onde deixa o corpo afundar, pedindo que Iara a leve consigo para onde a água nasce. Sente que vai perdendo os sentidos, debaixo da água.Sente a abençoada escuridão chegando... Mas o instinto natural de sobrevivência faz seu corpo voltar à tona! Um grito semelhante ao urro selvagem de uma onça ferida, sai de sua gargante de seu útero de sua alma. As mãos buscam com sofreguidão o barro do fundo do rio, esfrega o corpo com desespero, querendo tirar a marca suja da violência de dentro dela. Em vão. Se afasta com dificuldade da cachoeira, ali já não é mais sagrado, tudo ali fôra profanado. Consegue chegar na oca onde passara as últimas doze luas. Chora baixinho, cobre o corpo doído com a manta que ganhara de sua avó e desfalece num sono profundo.

sexta-feira, 27 de julho de 2012

A saga de Isabel Cap III

Em Évora, no interior do interior de Portugal, mais um dia começa! Isabel passara a noite em claro. Seus dois filhos, Pedro Gil de seis anos e Maria Eduarda de quatro anos, ardem em febre. Rui seu marido, esperara o dia clarear para ir na aldeia buscar o médico, o capelão. Isabel aproveita a saída do marido e apressada vai até a pequena horta, que cultiva com cuidado e muito carinho. Ela adora as ervas curativas que planta ali. O sol toca sua cabeça, encoberta por um grande chapéu, que esconde as lindas madeixas cor de trigo. Colhe algumas ervas, tradição que sua avó passara para sua mãe, que antes de morrer, tivera o cuidado de ensinar tudo que sabia para a filha. O cultivo o uso de cada uma e o colher nos primeiros raios do sol. Escolhe uns ramos da erva que tira o calor do corpo. Não fizera antes por dois motivos...Rui tem medo que as pessoas da aldeia possam comentar, e o outro motivo era colher na hora certa. É uma época que por qualquer desconfiança, homens e mulheres são acusados de bruxaria, e sendo julgados pela igreja, são presos e queimados na fogueira. Com agilidade, vira na caneca onde coloca a erva escolhida, a água que no rústico fogão à lenha, fervilha colocando a tampa.Logo, o cheiro forte da erva se espalha pela pequena casa onde mora com sua família. Espera um poquinho o tempo passar, pega a caneca e abre a porta da casa, para que o ar de inverno esfrie mais rápidamente o chá. O sol já vai alto, no céu. Adoça a bebida com uma colherinha de mel. Com carinho ela faz as duas crianças beberem devagarinho o líquido. Com fervor ela reza a Ave Maria, pedindo à mãe de Jesus que tire o mal que aflige seus filhos e que a Santa Senhora os abençoe. Quando elas bebem todo o chá, ela leva a caneca para a cozinha, voltando para junto dos filhos. O tempo vai passando, não muito. Como por milagre, a febre vai baixando. O rosto avermelhado das crianças vai sumindo e a cor normal traz um grande alívio para a mãe. O sono deles agora é calmo e reparador. Aliviada Isabel agradece à sua Santa querida, pelo bem estar de seus filhos. O cansaço da noite mal dormida toma conta dela, relaxa, ao lado deles, adormece . -O que voce está fazendo, mulher? A voz de Rui a desperta. Por instantes se sente envolvida em uma luz de gratidão e fé! Abrindo os olhos, vê a cara de espanto do Frei Domingos e o olhar aflito de seu marido. -Eu estava cá a agradecer à Nossa Senhora a cura de nossos filhos. Sua voz sai tranquila e pausada. -Eu trouxe o capelão para curar eles... Demorei pois tive que ir até a outra vila para encontrá-lo. Feliz, dona de si, ela pega na mão do marido e o conduz até o quarto, onde as duas crianças dormem. Rui se ajoelha ao lado da cama, toca em suas testas para se certificar. Ele não acredita, a temperatura deles está normal! -Obrigada meu Deus! A voz dele sai trêmula e agradecida. -O que é isso? a voz do capelão, que fôra para a cozinha ecoa pela pequena casa como um trovão. O tom desconfiado com que esta pergunta foi feita, alerta Rui do perigo. - Isabel explica isso direito mulher! -É um chá de camomila que eu fiz para baixar a febre de meus filhos, meu senhor! O capelão tem nas mãos a caneca onde o chá fôra feito...ela ficara destapada, sobre a mesa. Atraidas pelo cheiro do mel, algumas abelhas cairam dentro da caneca e estão mortas. -Capelão, Rui, isto é apenas um chá! As abelhas devem ter caído enquanto eu peguei no sono. (em vão ela tenta explicar) -Isso nós veremos depois. Voces não tem permissão para sair de casa, até eu retornar. O tom de voz ameaçador do capelão Domingos deixa clara a desconfiança=bruxaria! Num rompante ele sai, batendo a porta. Tem o cuidado de levar consigo a caneca com as ervas e as abelhas mortas. Isabel, aos prantos ajoelha no chão da cozinha enquanto fala... -Eu não fiz nada de mal, meu marido! Foi só um chá. As abelhas caíram depois que nossos filhos beberam o chá. Sobrou mel no fundo da caneca, elas sentiram o cheiro! Isso as atraiu. A explicação dela tem um tom de medo e o pânico toma conta da jovem mulher. A palavra bruxaria condena qualquer ato que incomode o clero. Rui abraça a mulher e com determinação a faz ficar em pé, junto dele. Seu pensamento traz a oferta de compra de suas terras, pelo capelão, que fôra negada, há pouco tempo atrás. -Arruma tuas coisas e das crianças, enquanto junto as minhas. Pega o necessário, enquanto preparo a carroça e alimento os cavalos. -Rui, pelo amor de Deus, o que vamos fazer? -O único jeito é fugirmos. Quando eles voltarem aqui, não podem nos encontrar, ou te levam e nunca mais nos veremos, tu sabes disso. Ele passa as mãos calejadas de trabalhar na terra,fazendo um carinho no rosto de sua mulher.Seu olhar é decidido. -Vamos Isabel, apressa-te. Temos algumas horas a nosso favor. A hora seguinte é de correria. Em momentos rápidos, ela abre o postigo da janela espiando a estrada, em pânico. Seu medo é ver o capelão chegar com a guarda para prendê-la. No que a carroça está carregada, Rui coloca uma manta grossa para proteger Isabel e as crianças que sem entender nada, ainda fracos pela febre do dia anterior, se aconchegam no colo da mãe e adormecem. No céu, nuvens negras que parecem ter surgido do nada, encobrem o sol. Mas graças à Deus, não chove! Sem olhar para trás, Rui grita com os dois cavalos e a carroça parte. Isabel olha com tristeza o lugar onde nasceram seus filhos e fôra tão feliz! Ainda custa a acreditar... bruxa ela, imagina só! Aperta com fervor a imagem de sua Santa protetora que trouxe junto, reza baixinho uma Ave Maria, pedindo à Nossa Senhora proteção para sua família, que vive este tormento. O céu cinzento não deixa identificar as horas. Pela claridade ainda é dia. A carroça continua seu trote cadenciado, das patas dos cavalos. Isabel observa o rosto desfigurado de seu marido... -Marido vem descansar um pouco, eu conduzo a carroça... -Falta pouco logo chegamos na outra vila e pegamos o navio! A voz cansada, mas audível de Rui, provoca inquietação em sua esposa. -Para onde iremos, meu marido? Por que navio? -Vamos para uma terra nova, o nome é Brasil! Ficar aqui em Portugal é impossível. Nós conhecemos Dom Domingos muito bem! Ele é implacável, não desiste. Quantas famílias ele já destruiu. -Mas onde fica esta terra, Brasil? -Muito longe daqui, além mar, o suficiente para ele nos esquecer. -E nossa casa, os bichos, minhas ervas, a terra? -Ora mulher, bem sabes, a terra é de meu pai, o capelão não poderá tirar dele. Vou deixar uma carta para meu pai, explicando que sentimos vontade de aventurar e buscar riquezas em novas terras! E se Deus quiser, um dia voltaremos! O olhar decidido de seu marido enternece Isabel. O medo se aquieta um pouco e a angústia abandona por instantes seu coração. Rui para a carroça, as crianças acordaram e sentem fome. Felizes com a recuperação dos dois filhos, os pais os alimentam com pão,salame e queijo. Bebem água de uma fonte que corre abundante onde eles pararam. Saciada a pequena família, Rui se acomoda na carroça com os filhos. Isabel aconchega o xale no pescoço e com firmeza pega as rédeas incitando os dois cavalos . -Eia, eia! Eles obedecem dóceis, ao comando firme desta mulher retomando o trote! _Brasil, um mundo novo! Brasil que Nossa Senhora nos leve até a ti, em segurança! Com estas palavras ditas com coragem, dirige a carroça para o porto!

quinta-feira, 26 de julho de 2012

A saga de Nakeba Cap II

O tempo se arrasta, lento , muito lento para Nakeba e seu povo. A alegria até então vivida por sua tribo fôra abruptamente cortada! Seus irmãos, homens fortes e jovens, foram arrancados e levados à força, para muito longe dali. Os velhos, as mulheres e as crianças retornaram aos poucos, feridos, desesperançados à rotina. Agora seus olhos estão tristes e o sorriso, antes tão aberto é raro em seus rostos. Exatas seis Luas cheias se passaram desde aquele dia maldito. Em vão ela tentara, acendendo o fogo sagrado, encontrar o caminho que seus irmãos seguiram, para ir atrás deles. tentar salvá-los. Mas nas chamas desprendidas do fogo, a única imagem que aparece, são olhares assustados, acuados, como animais enjaulados. Por isso decidira nesta noite, com a Lua cheia fechando os seis meses ,reunir as anciãs da tribo e com a fôrça de todas elas, poder enxergar mais longe. O céu, cheio de estrelas, palpita vida! A aldeia dorme. Uma a uma, as anciãs vêm chegando, a sétima completa o grupo. Com Nakeba, são oito. Cada uma delas trás desenhado em sua testa a estrela, na cor negra usada apenas por mulheres da tribo com grande conhecimento de magia. Duas são amparadas pelas demais, são tão velhas, que a dificuldade em andar precisa que as outras ajudem. O cajado que cada uma segura e serve de apoio, tem na ponta uma serpente e uma coruja respectivamente. Os mantos que cobrem os corpos das mulheres, feito de penas de pássaros, é multicolorido, menos os das duas velhas com os cajados. O de uma é negro e da outra é branco. Elas são acomodadas em dois troncos de árvore entalhados e forrados com peles de animais. Enfim, todas estão sentadas, ao redor da fogueira que a princesa Nakeba acendera antes do sol se por. A um gesto, da que usa o manto negro, todas começam a respirar ruidosamente, cantam a canção que chama os espíritos de seus ancestrais.A de manto branco ímita o grito de uma águia, seguido por todas. Cada uma emite o som de um pássaro, buscando seu poder xamãnico. Não demora muito tempo, para a selva responder... logo o som gutural produzido pelas mulheres, se mistura ao som de todos os animais ao redor. O som é ensurdecedor! Isso dura poucos minutos. É então que a selva subitamente, silencia! Ouve-se tão sómente o som proferido pelas mulheres, uma nota só, arfante. Uma a uma, vão silenciando. Ouve-se agora, o gemido da anciã de preto e a respiração pesada da de branco, que se tornam quase inaudíveis. Um torpor invade as mulheres, conforme a intensidade do som que diminui, mais leve, mais baixinho, até o silêncio que é quase absoluto, neste instante. Nakeba pressente a chegada das águias. O vôo baixo das oito águias, quase toca suas cabeças. Voam em círculos, com gritos estridentes. Ela ergue os braços acima de sua cabeça, buscando sua águia de poder! Sente seu corpo ser projetado para cima e sendo agora a águia, sua consciência voa, acima da tribo, acima das árvores, buscando uma direção. As enormes asas sustentam seu corpo forte, sem medo, determinada em encontrar seus irmãos, ela voa. Atravessa o chão sagrado, onde os velhos são enterrados, atravessa a mata densa, onde trilhas estreitas são encobertas pelas árvores. A voz da africana chamando os irmãos, sai em gritos estridentes. O pequeno coração bate acelerado, seguindo uma trilha, só percebida por elas, águias. O local é estranho, muitos dias de caminhada, dá no mar. Seus olhos como um radar, observam cada detalhe. Telhados escuros, latidos de cães,uma clareira onde em um tronco de árvore, um homem negro está amarrado. Dá para ver o sangue coagulado em suas costas marcadas com cortes profundos abertos. Uma nuvem de dor e angústia encobre o local, não permitindo que ela veja mais nada. Brutalmente a consciência dela é puxada de volta, as duas anciãs estão de pé, esvoaçando seus mantos negro e branco, fazendo com que o som das penas e traga de volta em segurança; as cinzas mostram que ela ficou algumas horas fora dali. Nakeba saúda curvando o corpo, a águia que, soltando um grito vai embora. A maioria das mulheres dormem enroladas em seus mantos. Uma tem os olhos abertos, mas sua mente está longe dali. Nakeba, a princesa guerreira desta tribo, se ajoelha em frente as duas mulheres mais velhas. Em silêncio, as duas a observam, mas atentas a qualquer outro movimento ao redor. A do manto branco pega a mão esquerda da jovem africana e coloca sobre seu coração. A do manto negro pega a mão da direita e coloca sobre sua cabeça. Elas falam então, juntas... O coração te dará o caminho! A razão guiará teus passos! Vai filha do nosso coração. Em seguida batem palmas, chamando a atenção de todas, para encerrar o ritual. Cada uma pega um punhado generoso das cinzas que está fria, e coloca dentro de um saco que cada uma tem, amarrado à cintura. As duas anciãs saudam os deuses da natureza em um canto que é repetido por todas. O céu começa a clarear, é dia novamente na África! Nakeba entra onde crescera com seus irmãos, junta algumas poucas coisas, que amarra em um pano. Coloca no pescoço seu patuá feito de penas de águia e dentes de pantera. Seu coração está apertado. Abre os braços, querendo colocar cada pedacinho dele seu lar, no coração.Já sentindo saudades, pressente que não vai retornar. Os olhos buscam nos recantos, imagens para recordar. Envolve seu velho pai numa onda de carinho, abençoa os sobrinhos , filhos de seus irmãos capturados. Sai sem fazer ruído. Sabe que as anciãs explicarão sua saída, cuidarão de seu pai.Respira fundo, tenta controlar a dor que dilacera seu corpo e enquanto se afasta da aldeia, chama o espírito de sua mãe, para estar com ela neste momento em que ela se torna mulher. Está absolutamente só no mundo! A esperança de encontrar seus irmãos é a única luz que norteia sua vida e sua alma roga aos deuses que aquele homem morto, amarrado no tronco, não seja um de seus irmãos.

quarta-feira, 25 de julho de 2012

Quem começa a saga? cap I

As tres mulheres estão aqui comigo. Pergunto sobre a vida de qual, começo a escrever... elas olham com profundo carinho, uma para a outra. A mais alta e forte do grupo,(neste momento as tres parecem ter a mesma idade, jovens mulheres) parece firme em sua postura! Suas longas pernas deixam ver a rigidez da musculatura! Paciente, espero a decisão, observando a harmonia presente aqui, agora! Sem trocar uma única palavra, a africana chega mais perto de mim, as outras em concordância, sentam comodamente nas cadeiras existentes na sala, onde eu trabalho com o computador. Respiro fundo, sinto o corpo dela se acomodando no meu, minhas costas se aprumam, seu corpo é tão maior que o meu! Logo nossas mãos, teclam com agilidade as letras, que formam frases e a história dela começa a tomar forma. Quietinha, dentro de mim, deixo que a expeirência flua, sentindo que meu corpo inicia uma maratona.

terça-feira, 24 de julho de 2012

Uma história real

O ano? Hum mil quinhentos e cinquenta e tres. A Velha europa cansada, de guerras, pobre, com fome,doente é o cenário primeiro. Não tendo mais lugar para esconder suas mazelas, representadas no povo sofrido e sem esperanças, investem fortunas em fragatas que descubram novas terras além mar! Brasil, uma terra recém apreendida, onde a escória da sociedade européia deverá ser descartada. Neste período tão conflitante, viveram tres mulheres , cujos dnas desenvolvidos ao longo dos séulos, carregam sua história repletas de grandes provações. A índia brasileira, violentada por portugueses colonialistas; a negra africana que embarca escondida em uma nau, para acompanhar o irmão, príncipe de sua tribo então sequestrado para trabalho escravo; a portuguesa que foge de seu país para não ser queimada por ter sido, pela inquisição, considerada bruxa. A vida, a saga destas tres mulheres, a partir de hoje vou contar para ti. As tres estão aqui comigo, neste instante, através de minhas mãos, digitando sua história. Contigo, vou ler e descobrir a verdadeira história de um período conflitante, triste, violento, do desenvolvimento da civilização humana, neste planeta! De uma maneira estranha, sinto familiaridade com elas, me sinto em casa! A partir de então, te convido para comigo, viajar no tempo e resgatar o que elas com tanta dignidade, querem contar. Elas pedem que eu me dispa de pré conceitos,que simplesmente as ouça! Concordo serena, apesar de sentir meu coração pulsando mais forte! A partir de agora, até que as tres tenham exauridos seus depoimentos, sou rejane, intérprete de tres grandes mulheres! Até amanhã com a história de uma delas Até lá, elas vão decidir quem será a primeira!

domingo, 22 de julho de 2012

Olha eu aqui de volta

Olá!! Sentistes falta de mim? Eu senti muita falta tua. Mas, coloquei em prática, acessando a brisa suave, que levou até a ti, meu compromisso, carinho e respeito na troca de aprendizado que partilho contigo, neste blog. Foram cinco longos dias! Passaram lentos, batendo de frente com o movimento acelerado que vivemos em nossa sociedade,hoje!Na beira do fogo, na horta mexendo nas ervas cheirosas, colhendo ameixas amarelas na árvore, enfim, nunca estive tão próxima de ti, ou ainda, nunca estivestes tão presente em meus pensamentos e orações! Foi um estranho aprendizado, geralmente sou desapegada emocionalmente do ser humano, talvez esteja ficando velha! Senti falta de conversarmos através desta rede moderna chamada internet. Então, graças ao retorno da rede por aqui, lá vamos nós! Comigo foi tudo bem nestes dias! E contigo, aconteceu alguma novidade? Torço para que estejas a mil, como estou, sempre, para a vida! Estamos na lua nova, não esqueças de renovar teus pensamentos, fortificar tuas convicções e ser feliz, acima de tudo! Nos falamos amanhã!

Fora do ar

Onde moro, a região ficou à descoberta da rede deste blog. Foram quatro longos dias! Literalmente senti saudades de estar aqui conversando contigo. Então RETORNANDO, logo logo falaremos!!! Sou feliz por ter vivido estes dias sem conexão e ter sentido tantas saudades tuas!!!!Até já!

terça-feira, 17 de julho de 2012

A expectativa

Veronica fica excitada, com o olhar que sente sobre si! O visual do homem que a observa a atrai. Respira fundo, tentando não demonstrar a excitação que toma conta de seu corpo. Já prometera a si mesma que isso não iria acontecer, mas e seus hormônios? E a saudade de um toque íntimo prazeiroso? Já faz um bom tempo que ela faz de conta que é uma mulher independente de emoções... olha de frente para o homem,quando ele já está próximo seus olhos verdes a encantam! Débora e Berenice se desculpam, indo à toalete, e ele senta bem à vontade. Ele é espaçoso, suas longas pernas se acomodam e ela o compara com uma pantera que vira no zoológico, quando levara seus sobrinhos. -Muito bom o dj, não achas? Ele inicia o assunto e ela sente arrepios em sua nuca, a voz dele é grave e tem um sotaque carioca. -Sim, estou adorando, ele toca todos os ritmos! ela responde com voz mansa. Começa a dança de acasalamento, ela se controla para não rir, pois lembra neste instante de um documentário visto na televisão, sobre a vida dos orangotangos. Volta sua atenção par ouvir o que ele fala, discorre por uns minutos sobre os anos oitenta. Ela está decididamente afim de um beijo na boca, quer sentir se vale a pena mesmo ir adiante...parece que ele leu os pensamentos dela, pois a convida para dançar. Martina que se mantivera em silêncio, observa os dois levantarem, e sorri para as amigas que sentam à mesa. As tres estão felizes por Veronica, elas quase estavam desistindo de sair com ela para as noitadas, ultimamente era uma companhia muito chata! Os dois vão para a pista de dança que está lotada. Ele segura firme seu corpo e os dois dançam colados um no outro. Sente a boca dele roçando, quente, seu rosto!

domingo, 15 de julho de 2012

Era uma vez

O espelho reflete uma jovem mulher. Vestida com roupas modernas, sapatos de salto alto, e um olhar inquieto. É noite, são nove e meia. A buzina soada com impaciência na rua, defronte o prédio onde ela mora, faz com que ela largue sobre o lindo móvel de sua sala, a escova que até então estava sendo usada em seus cabelos, sedosos, brilhantes e ondulados. Pega a bolsa de marca, dá mais uma olhada no espelho, sorri entediada, dá de ombros e sai, batendo a porta com delicadeza. Já no elevador, cercada de espelhos, ela dá mais uma observada geral em si mesma. Perfeita! Uma empresária de sucesso, saindo na noite, com amigas! Mais uma balada! Dá boa noite ao porteiro do prédio, que responde com um bocejo, já acostumado com as saídas de Verônica. Ele trabalha no prédio há dez anos. Ela lembra das primeiras vezes em que ela saia e ele ficava hipnotizado com o andar sensual dela. Sacode a cabeça, afastando tais pensamentos, nada de rabujice hoje, por favor(pensa ela, consigo mesma). O carro à espera,e dentro dele tres amigas Débora, Berenice e Martina. Todas com mais de trinta anos de idade.Martina é a mais velha, está com quarenta e dois anos. Ela é quem está dirigindo o honda civic prateado, ao entrar nele o perfume Cacharel se mistura ao de Carolina Herrera e ela fica um pouco enjoada, pois está usando kk. Trocam beijinhos, o assunto é ... quem vamos pegar hoje? Chegam em seguida em uma casa noturna muito badalada no momento. O carro é levado ao estacionamento pelo funcionário do local. No que as quatro entram, os olhares curiosos se voltam para elas, mas logo se afastam. Elas têm dificuldade de se movimentar, está lotado de pessoas barulhentas, perfumadas dançando e se divertindo. As amigas pedem um champanhe, Veronica pede seu tradicional drinque! Um coquetel sunset in the beach, e saboreia em pequenos goles,bem devagarinho. Ela não está muito afim de "encher" a cara, nesta noite. Seu coração está apertado, estranhamente triste! Sorri para as amigas, não quer ser chata, acompanha um brinde feito por todas... fica com vontade de estar em casa, enrolada no cobertor térmico, assistindo um bom filme pela internet. Está por decidir ir para casa, quando sente que está sendo observada. Mulher sente isso, mas as amigas confirmam, discretas, fazendo sinal para ela, em direção ao bar. Ela disfarça, muda de posição, cruzando as lindas pernas cobertas por uma calça justa preta, que marca bem suas formas. O lugar está na penumbra, mas ela o vê em seguida! Um belo homem. Não ela não está sendo justa, um homem elegante, vestido com extremo bom gosto, que neste exato instante a observa divertido com a atitude dela.

sábado, 14 de julho de 2012

Paralelo Trinta Sul:presente

Sexta-feira treze, foi há poucas horas. Em diversos pontos de todo este imenso planeta, grupos de pessoas se reuiram, em estado de alerta. Aqui no paralelo trinta graus sul, como de rotina, o grupo de mulheres da luz esteve presente. Tantas consciências femininas, em busca do entendimento, auto entendimento, lambendo suas próprias feridas, mas, mesmo assim, unidas, presentes num ato de entrega e confiança absoluta na luz maior que rege a vida humana neste planeta. Meditação, troca de experiências, oração, decretos, enfim toda uma disponibilidade - entrega! Mais uma vez, o som deste paralelo trinta sul se fez ouvir, na batida do coração de cada uma de nós. Persistentes, aprendizes, abrindo mão do conforto e da comodidade, para responder : presente ao chamado, à convocação soada no universo, na forma de diversas notas musicais ¨camufladas¨em um som de reverberação, percebido por ouvintes seletivos. É então que a grande expectativa que acalenta o sonho de humanos tão engatinhando ainda, ecoa livre no coração de quem crê. E expande absoluta, por milhares de quilometros, envolvendo nosso lindo planeta azul. Simples assim! Conexão feita. Fogo aceso. Sinais emitidos. Esperança de um mundo melhor, fortificada dentro de cada uma de nós! Como eu digo sempre, eu poderia ser um ser humano comum, igual a bilhões de humanos deste planeta! Não sou! Minha energia se curva na aceitação de que há muito trabalho pela frente. E assim vamos ¨passando¨por aqui! Mais uma vez, missão cumprida! Agradecida, o planeta agradece, a todas que fizeram conexão.

quinta-feira, 12 de julho de 2012

Planeta Azul

Já deves ter ouvido, lido, comentado este fato, nosso planeta é azul! Dentro do que falamos ontem, a Senhora do Manto Azul, uma energia feminina (dentro do que concebemos como feminino) está fazendo parte da proteção que envolve nossa Terra! O povo Tuareg, seus ancestrais com suas pedras turquezas e roupas azul noite,também estão presentes. Os gnomos de roupagem azul marinho que vivem em cavernas abaixo dos rios, as fadas e sílfides em tons de azul-água, as ondinas azul-esbranquiçadas, as salamandras com sua chama azulada nas pontas, todos estes seres estão conectados! Como falei ontem, vamos fazer exercícios que nos dêem leveza, para como humanos,grupo mais interessado, somar com todas estas egrégoras de luz, na sobrevivência do homem no planeta Azul. Respirar uma, dez,vinte vezes, a cor azul. Para isso, vamos trazer para nossa mente uma lua azul? ou uma mata azul? ou um mar azul, ou simplesmente olhar para o céu, à luz do dia, e respirar profundamente este azul. Segurar este ar-cor dentro dos pulmões, contar até cinco(mentalmente) e soltar fazendo um barulhinho. Certo? Então vamos fazer isso. Amanhã falaremos mais a respeito. Ficas bem!

quarta-feira, 11 de julho de 2012

Consciência cósmica

Fazem oito dias, que nosso planeta Terra, "entrou" ou está envolvido em uma espécie de bôlha ou redoma energética. Devido a uma overdose natural de explosões solares, altamente radioativa, é perigosíssima para nós humanos que vivemos na superfície terrestre. Esta situação de perigo a que estamos expostos, está sendo suavizada com esta proteção colocada por seres de luz a quem interessa a evolução do dna humano, para a fase de tele transporte, que um dia as gerações futuras viverão, com certeza!. Assim como isso tudo é positivo, pois nos dá tempo para a evolução necessária, traz uma sensação stand by, como se tudo ao nosso redor estivesse, de repente, em ritmo de tartaruga, frente ao desenfreado correr do tempo que vivemos até então. Como devemos nos comportar neste período que se estende por mais uns meses? Pensamentos positivos, alimentos leves, comportamento o mais light possível e principalmente, nos afastarmos de situações violentas. Trabalhar o autoconhecimento, sem mêdo! Sejamos leves, e para conseguirmos isso amanhã, falaremos em exercícios para alcançarmos este estado corpo-mente-sutil. Até lá!

terça-feira, 10 de julho de 2012

A fé humana

Hoje morre aqui no Brasil um homem de muita fé! Cardeal da igreja católica, mais de noventa anos de idade,repito, um homem de muita fé! Resolvi trocar meu pensamento contigo, a respeito desse homem, por causa de um código inquestionável, para mim, que tenho a Mãe Natureza como religião. Te explico : uma pomba branca, soltada da gaiola por um homem da cruz vermelha(se não estou enganada), pousou no caixão do cardeal! Lá ficou por mais de uma hora, mesmo durante o transporte do caixão, para o lugar onde as homenagens seriam prestadas. E quando saiu de cima do caixão, foi para o chão, ficando junto do corpo do falecido, por um longo tempo. Estes códigos que a Mãe Natureza nos dá, como neste fato que partilho contigo, através de uma pomba branca, é irrefutável, ele foi um homem de bem! Portanto curvo minha resistência com esta religião deste mundo de meu Deus, que ao longo da história tanto mal fez à civilização, e oro por este homem. Um pai nosso tradicional e um apêlo simples, pequenino como eu mesma, de que os Anjos e Arcanjos elevem com sua luz, este ser para a glória de seu Pai! Até amanhã!

domingo, 8 de julho de 2012

Julho Bombando

Vamos fazer uma receita mágica para movimentar nossos projetos, neste mes de soma sete? Ingredientes: um punhado de cravos da índia, uma canela em pau, cinco moedas de cinco centavos, um retalho de pano branco, cinco tiras de papel branco, caneta na cor vermelha, cola branca e uma fita amarelo ouro. Modo de fazer: Sentar comodamente, tendo o material todo à tua frente; nas tiras de papel branco, escrever (com a caneta vermelha)em letra de fôrma, situações que precisam serem resolvidas ainda neste mês(em cada tira, uma situação); colocar canela em pó sobre a tira escrita e com muita paciência enrolar que nem um papiro,colando de modo que fique BEM enrolado; quando todos os escritos estiverem prontos, colocar sobre o pano branco alternando uma tira escrita, uma moeda, assim sucessivamente terminando com a moeda.O cravo da índia será juntado então, embrulhando em seguida o pano branco, tendo o cuidado que envolva tudo que está nele. Apertar bem este enrolado, juntar a canela em pau e amarrar a fita amarela com cinco nós. Está tudo pronto? Foi fácil até aqui. Agora, tu pegas este amarrado, segura em tuas mãos, aspira o ar profundamente e solta sobre este amarrado determinaando a realização de tudo que aí está escrito. Repete cinco vezes esta respiração e sopro! Agora sim, está tudo pronto!!! Escolhe uma prateleira em tua cozinha, de preferência na parede norte, e esconde lá, este amarrado. Ficará lá até completarem nove dias a contarem do dia em que a receita foi feita!Então desamarre os cinco nós, pegue as moedas e coloque em tua carteira para serem gastas em seguida e todo o resto do material, será colocado em um lindo jardim! Esta receita independe de lua,ou horário a ser feita! O importante é que os escritos sejam realmente importantes, pois só poderás repeti-la no ano que vem, neste mes de julho, de soma sete!

sexta-feira, 6 de julho de 2012

Toc Toc - Escritos da madrugada

O relato anterior, deste blog, é o sexto capítulo de um romance escrito,por mim, já fazem dez anos. Um romance guardado a sete chaves, que conta a vida de Marisa, uma mulher que descobre aos quarenta anos de idade, que é homosexual. Mãe de duas filhas, casada, advogada conceituada, que não sabe o que fazer de sua vida, ao se entender, segundo suas próprias palavras, uma aberração. É um romance forte, denso, que um dia contarei para ti.Porque ele apareceu aqui, neste blog? Por eu sentir que já é tempo de nos aceitarmos como somos! A vida neste planeta é muito rápida portanto, o modo mais fácil e feliz de passarmos por aqui, é ENXERGANDO e enfrentando NÓS MESMAS(OS)o verdadeiro reflexo do espelho, quando olhamos para ele. O medo de abrir a porta (nosso inconsciente), a preguiça de sair do comodismo com que construimos a vida(movimento de mudança), tudo são metáforas descritas no toc toc. E o livro foi escrito nas madrugadas do finzinho do século passado. Chove torrencialmente lá fora. A lareira está acesa, a taça de vinho tinto seco está aqui, sendo sorvido em pequenos goles, por mim! Penso em como tudo é tão rápido,penso na real importância de estar aqui, falando contigo, sinto dúvidas sobre que caminho dar à este blog, e te falo bem racional... prefiro ser feliz! E ser feliz, para mim é ser inteira nesta colocação de inquietude que estou hoje. Nos falamos amanhã? Dorme bem!

quarta-feira, 4 de julho de 2012

Toc ...Toc

A batida na porta, da entrada de minha casa, é suave, mas decidida...toc,toc! Não espero a visita de ninguém. Quem será que bate à minha porta? Vontade de não atender. De pijama, pronta para dormir, estou curtindo este momento sagrado. Todos dormem, estou sósinha com meus pensamentos! Uma preguiça transcedental envolve meu corpo. Novamente a batida...toc toc. Penso um palavrão, logo policio o pensamento. Na real, odeio quando chegam em minha casa sem avisar. Este pensamento gera outro... ninguém vem à minha casa sem avisar. Toc,toc...mas que inferno penso com meus botões! Será que quem está do outro lado da porta, não entendeu que não quero atender? Já estou irritada! Silêncio, será que desistiram? Mas como, desistir no plural? Será que é uma pessoa ou mais de uma? Dou uma risadinha, conversando com os botões do pijama preto com bolinhas minúsculas brancas, que estou vestindo.Já estou inserida no contexto, começo a me divertir com a situação. Não vou atender. É tarde, ôpa, justamente por ser tarde o pensamento é de algo insólito! Que saco, que saco, repito para mim mesma. É alguém que precisa de ajuda! Mas que droga,vou ter que ver quem é. Não mexo um músculo de meu corpo, para não fazer o mínimo de barulho. Quem bate à porta, deve pensar que já estamos todos dormindo, aqui em casa. Silêncio! Será que desistiram mesmo? Uma estranha frustração toma conta de mim... mas que droga, podia ter visto o que era, podia ter, quem sabe, ajudado alguém. Bem devagarzinho, espreguiço minhas pernas, elasticando meu corpo. A preguiça retoma seu lugar em mim. Desistiram! Que alívio! Toc, toc! Assustada,levanto num pulo, do sofá, derrubando o copo (vazio) do suco de abacaxi que estivera tomando, até a pouco. O barulho do copo caindo, não me deixa alternativa...vou ter que ver quem é! Arrasto meu corpo até a porta da entrada...preparo uma expressão de quem acordou neste exato instante e decidida abro a porta!

terça-feira, 3 de julho de 2012

Um "causo"

Minha infância foi vivida em uma pequena cidade interiorana, aqui neste paralelo trinta sul.E o que mais me encantava, naquela época, era quando algumas pessoas se reuniam lá em casa, contando "causos". E ao terminar, todos se preocupavam em assegurar que aquilo que fora contado por eles, teria acontecido mesmo. Hoje eu entendo quando era verdade! a sala ficava ¨lotada¨de seres que faziam parte dos fatos que eram contados com riqueza de detalhes. E quando a narração chegava ao fim, eles simplesmente sumiam. Hoje eu vou te contar um causo! Aconteceu mesmo, de verdade (he he, estou igual aos contadores de causos)! Foi assim...
O calor insuportável, faz verter água de meu corpo, que sai por todos os poros. Tu já suastes na testa? Pois é, cá estou eu terminando de completar um mosaico, no terreno onde moro. Apesar de ser inverno, o termômetro da cozinha, marca vinte e sete graus. Aqui fora, com certeza está uns trinta graus. Levanto os olhos para o céu, azul azul! Mentalmente penso no porque da natureza estar tão *maluca*... Maluca, palavra-chave que abre portais neste momento... Quase me assusto com a figura que surge ao meu lado! É de um ser muito alto, não consigo definir sexo, as roupas são gastas, desbotadas mas tão limpinhas! Ele espalha perfume de pinho ao nosso redor. Observa meu trabalho, acena positivo com a cabeça. Gostou do mosaico. Nossa conversa foi tranquila...
-Seja benvindo!(eu)
-Sim, tu estavas pensando que Mãe Natureza está louca? (ser)
-Desculpas mais, eu não quis dizer louca assim, louca de atar.(e)
-Preciso que ouças com muita atenção o que vou falar para ti. A velhice e o cansaço estão dentro de mim. Já é quase hora, de eu sumir. Minha missão está próxima do fim.Portanto presta atenção, não vou repetir!(s)
(conforme ele fala, seu corpo fica transparente, indo e voltando, sabe como é?)
-Podes falar. estou bem ouvinte!(e)
-Jamais penses que algo está fora do controle, quando o assunto for Dela, Natureza! Está tudo certo, esta disparidade de temperatura, faz parte da MUTAÇÂO que Ela está sofrendo. (s)
-Porque falas ¨sofrendo¨? (e)
-A proximidade deste sistema solar com outro, está provocando estas disparidades no tempo. Tudo se encaminha para ser um só corpo, como há milhões de anos atrás era...os corpos celestes, todos, que formam estes dois sitemas solares, aglutinarão e tudo será como antes...um só corpo. Então, milhões de anos passarão, a exposão dividirá tudo novamente e, de novo serão dois sitemas solares,como agora! E sofrendo quero dizer, atritando(s)
-Estás dizendo que é um ciclo cósmico? E como ficará a humanidade? (e)
-Ora, como todo o resto, uma nova forma, uma nova existência, e este tempo louco, como dissestes, é necessãrio, para que o corpo humano evolua em transformação, mutação, comprendes?(s)
-Sim, comprendo, mas continuo achando muito maluco...(e)
-Estou aqui, gastando os últimos suspiros desta composição química que estou, para sossegar teu cérebro. Poupa energia combustão, importante neste momento, é comprenderes que tudo faz parte da evolução cósmica do que entendes como vida!(s)
Enquanto ele fala as últimas palavras, seu corpo desintegra ali, à minha frente. Não fica nada, nem pózinho como dos duendes ou brilhinho como das fadas, quando vão embora! Só a sensação dele ainda presente em meu consciente.Cada vez mais, sinto estarmos todos fazendo parte de uma história sem fim. Em um copo, sirvo com generosidade água gelada, para mim!
Faço uma reverência, curvando meu corpo, à Mãe Terra...
-Tim Tim, um brinde à tudo!(e)
Tomo em pequenos goles a água, sentindo um prazer supremo em meu corpo. Cantarolo feliz, uma música que fala em arco íris, enquanto com a vassoura vou varrendo e deixando tudo limpinho!
Muito bem rejane, mais um trabalho pronto!
E como diziam os contadores de minha infância...
_Mas vivente, tu podes acreditar, isso aconteceu ainda ontem, de tarde, comigo, sim, aconteceu!

domingo, 1 de julho de 2012

O tesouro maior

A consciência que rege minha vida, é gerenciada por palavras chaves, são elas... integridade, responsabilidade e solidão. Hoje quero falar contigo sobre a profundidade da terceira palavra...solidão! Tenho humildade suficiente, adquirida ao longo da vida que trilho neste planeta, para entender que apesar de ser única, não existe no planeta outra digital igual à minha (ou à tua, somos únicas(os))sou muito pequenininha! Mas este meu ser enquanto pequenino, possui, cultivou, quatro tesouros! Valiosíssimos! Perfeitos! Amadíssimos! Estes tesouros têm nome...Felipe, Gabriela,Vinicius e Gisela! Não nasci com o merecimento de te-los, pois se não existisse a poderosa cesariana (EU E FELIPE TERÍAMOS MORRIDO NO PRIMEIRO PARTO), nem eu nem eles existiriam. Mas, teimosa como sou, fiz um, dois, tres, quatro seres humanos! E quando me perguntam porque quatro, sabendo que meu corpo não tinha esse comprometimento, evoluir tantas vezes o DNA, fico em silêncio! Nunca falei neste assunto, antes. Hoje, sinto necessidade de falar a respeito! Porque nos trinta e seis meses gestante, eu não fui solidão! Eu possuia dentro de mim, uma extensão de mim, pois cada um, durante nove meses, partilhou de minha essência! Parece estranho para ti? Lógico que, Adel, o semeador, foi absoluto na ação de me dar este presente, propiciar viver tantos meses, sem solidão! E quando,nos dias de hoje, falar a minha língua é solitário, busco o tempo quando grávida e sinto renovar as forças em minha alma, ganhando coragem para insistir em trilhar a vida neste planeta! Agradeço a lógica de aglutinação de iguais, fez-me encontrar Adel! Agradeço a soma, Felipe, Gabriela,Vinicius e Gisela, que se juntaram à este movimento tão lógico,prático e matemático, porque hoje eles fazem a história vida! Repito, o maior tesouro que vivo neste planeta, sendo rejane, é entender a solidão, sabendo quanto "tesouro" é viver, o FALAR EM MIM A MESMA LÍNGUA COM OUTRO SER SEMELHANTE,tendo evoluido de Adel em mim, uma antiga-nova tribo!