O Auto conhecimento é a chave para a conquista do sucesso.

sábado, 28 de fevereiro de 2015

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O início foi em 2010. Era para fazer! Como tudo em minha vida...foi feito! Sexto ano de realização, existência! Na noite que passou, vivi sonhos conflitantes, com mulheres sobrecarregadas,desencantadas, cansadas, esfomeadas, inquietas! Resolvi então ler os textos deste meu blog, sobre dia 09 de março, dia de nós, mulheres. Meu objetivo era escrever sobre este tema-Mulher. Foi quando meu olhar foi guiado para história de Rejane Maria, dentro deste blog. Soma, datas, vida vivida! Hoje tão madura que fico irritada comigo mesma, e, ao mesmo tempo tão aprendiz o tempo todo, recomecei a ler, quem eu era em 2010, quais os problemas que mexiam comigo; como passei minha visão para ti, com quem partilho minha alma. Estás a ver que, passarei este sábado, estudando, lendo, agora são 07:59 h. Pela primeira vez, nestes 6 anos, lerei do começo ao fim, tudo que nele está! Aí então, estarei pronta para falar da mulher, que amanhã quando inicia março, estará comemorando seu papel, sua responsabilidade, neste contexto que chamamos sociedade! Tenhas um bom sábado. O meu o será, pois estarei visitando meu passado e, ADORO fazer isso. aprendo muito sobre a mulher que fui, que ainda está em mim, ou como uma borboleta, já se foi?

segunda-feira, 16 de fevereiro de 2015

Desfilando na Avenida

A cidade de Porto Alegre vazia. Noite de Carnaval! Conforme nos aproximávamos do local do desfile, um movimento inusitado ia transformando radicalmente o transito. Logo estou em pleno agito. Buzinas, luzes, sons de música, freadas bruscas, muita polícia ,enfim, carnaval! Ao chegar no barracão da escola que eu fui desfilar, o encanto invadiu minha alma. Outro mundo, outra dimensão. Carros alegóricos prontos, à espera. As alas agrupadas em cantos, se vestindo, retoques finais, uns cuidando dos outros. Logo identifiquei quem era novato, como eu; quem comandava cada grupo; quem ali estava para se divertir e quem estava a trabalho. Como sempre, em tudo que participo, procurei somar em atenção o cuidado com meu grupo. Logo senti a organização e, relaxei! Recebemos então o adereço final "solar! Colocado sobre os ombros deu um lindo arremate à fantasia. O chamado, o toque. Junto com minhas parceiras, lá me fui, com tantas Rejanes ao meu redor. As divergências e os problemas que eu observava, era sem crítica. O nervosismo dos responsáveis estava no ar. Foi quando a magia aconteceu! O som da bateria, o amor dos componentes da Escola que eu participei,da minha ala, as lágrimas nos olhos dos que amam o carnaval e fazem dele uma bandeira, tocou meu corpo, com uma descarga elétrica. Lembrei as fogueiras que organizo a mais de 30 anos, onde acontece igual. Descarga energética e a partir daí,tudo pode acontecer. Sem palavras! Espetacular! Emocionante! Não vi NADA além das companheiras mais chegadas. Minhas ancestrais seculares chegaram em bando, e lá nos fomos, juntas, numa harmonia sincronizada com a bateria. Gnomas, Sílfides, Ondinas e Salamandras,os 4 Elementos e seus Elementais, tema da minha ala, coloriam e fortaleciam nosso grupo de idosas que não parou de sambar um minuto sequer, durante todo o trajeto. Foram minutos, séculos de emoção, que se misturavam com a responsabilidade...não deixar buracos; não andar para trás; se cair algo da fantasia segue adiante; nossa ala não iria envergonhar a Escola que nos recebeu tão atenciosamente! Ufa! A realidade me chamou abruptamente de volta! Cãibras nos dedos dos pés! Lógico, sapatilha rasa, sem salto algum! Caraca! Olhei para a frente...ainda faltava uns 50 metros! Vamos lá guria, o show tem que ir até o fim! Controle cerebral, simbora! Passamos a faixa amarela, descalcei as sapatilhas, deixando as lágrimas correrem livres. Eram de dor, mas ninguém percebeu! Felicidade com dor, assim terminou o "aprendizado mais humano" que vivi, até o dia de hoje! Faria tudo de novo? Óbvio! 2016, me aguarde! Gratidão para a Escola Imperadores do Samba, para a Entidade ANAPPS,para as companheiras de minha Ala! Sou Rejane Maria e agradeço a todos!

quinta-feira, 12 de fevereiro de 2015

Carnaval 2015-

Ontem, vivi uma experiência que, compartilho agora, contigo que lês este blog. Estou frequentando uma instituição que trabalha com idosos, desde o ano passado. Um dia fui lá, convidada para fazer uma palestra. Ao terminar, na troca de carinho, com todos que participaram, ouvi falarem de "Escola de Samba- Ala dos idosos- Fantasia", meu coração bateu mais forte. Fui atrás de informações, sim eu poderia participar do desfile da escolas de samba de Porto Alegre, com a entidade que me convidara para palestrar! Sonho de menina! Acompanho pela televisão o desfile, daqui do Sul, desde que uma emissora iniciou as transmissões. Em casa, bem acomodada no sofá, eu pensava no que deveria sentir, cada participante. Vi o Carnaval desta cidade crescer pouco a pouco. Sentia no olhar, na voz dos dirigentes das Escola, o desafio em todas as áreas, para colocar sua Escola na avenida, pensava com meus botões...-"força, não desistam, vai valer a pena. os netos de vocês, terão um lugar cultural para viver"! Assim se passaram os anos e, ontem fui no ensaio, cujo desfile, será sábado a partir da uma hora da manhã. Sou como abelha, que produz mel e só sacia sua fome com o mel que produz, pois SABE que é bom! Assim estava eu ontem! Uma abelha operária que observava para aprender! Imitar a atitude de todas as outras pessoas, que já tinham participado de ensaios. A letra cantada no ritmo do cd, em som alto, as batidas de palmas, a coreografia, nossa; meu cérebro computava informações. E o ensaio foi avançando, minha timidez sendo superada aos poucos e , podes acreditar, contive na maior parte do ensaio, as lágrimas de pura emoção...por estar ali, por estar entre pessoas que buscam a felicidade,e eu, realizando um sonho! Ao receber minha fantasia, mais emoção, experimentar a sapatilha dourada, que mais parecia um sapatinho de cristal, a menina dentro de mim, que até então pulara, brincara, se transformou na debutante que se prepara para seu primeiro baile! Estás a ver que, sábado, quando minha Escola Imperadores do Samba,entrar na avenida,e minha ala ANAPPS brilhar junto, lá estarei eu uma criança, jovem, idosa mulher, encantada, expandindo para todos os Pagos deste meu Rio Grande do Sul, Brasil, planeta Terra, pura felicidade, temperadinha com a abundância de meu êxtase, na forma de gotinhas de mel!

domingo, 8 de fevereiro de 2015

Maria Adelaide

APRENDENDO A ENVELHECER Todos os dias, ela faz sua caminhada. O corpo envelhecido pelo passar dos anos, anda com dificuldade. As calçadas são mal conservadas, o cuidado é redobrado. Já caíra uma vez, nesta mesma calçada. A mão direita apóia com firmeza no chão, uma bengala que, garante seu equilíbrio. Vestida com simplicidade, em tons de rosa e lilás, jamais abandonou a menina peralta e colorida que tem dentro de si. Seus passos são curtos, sem pressa! Lembra do tempo em que foi escrava do relógio, tantos anos atrás, e um sorriso desenha o rosto cheio de rugas. Sacode a cabeça, para afastar pensamentos enquanto fala para si mesma:"-Foco Maria Adelaide. Foco". A volta dada no quarteirão onde mora, traz um prazer do qual ela não abre mão. E, hoje decidida, resolve experimentar o pão, na nova padaria que inaugurou já faz um tempinho. Nova para ela! Uma larga avenida, com sinaleira para três tempos, causadora de um medo terrível de não conseguir atravessar, a impediu até este instante, de experimentar a delícia que produz aquele cheirinho que está no ar, misturado com tantos cheiros de uma cidade grande, como a sua. Mulher determinada e corajosa, para que tanto receio? Quantas e quantas vezes, neste local, observou, estudou o tempo e ensaiou em casa, quantas passadas são necessárias, para chegar do outro lado?Olha com atenção, o delicado relógio em seu pulso. Presente de seus filhos, em seu aniversário passado. Não é para saber as horas...mas sim, para quem a observa, imaginar que está parada na calçada, esperando por alguém! De novo sorri consigo mesma. Quem perderia seu tempo, olhando para ela? Todos sempre tão apressados, imersos em suas máquinas de ilusão. Decide enfim, vai atravessar! O corpo fica tenso, a sinaleira para pedestres abre. O coração dispara! -" Não, ainda não".A voz sai sem que ela controle, quase em pânico. Precisa se acalmar! As pessoas transitam indiferentes, passando por ela, como se não existisse. Rápidas, apressadas, muito apressadas. -"Não vou conseguir! Com estas pernas tão lerdas, pareço mais uma tartaruga"! Ela continua falando para si mesma, em voz baixa. Uma brisa traz até ela, o delicioso cheiro do pão, recém saído do forno. Seus olhos se enchem de aguinha salgada ( como ela chama as lágrimas, desde menina). O tempo da sinaleira, parece estupidamente curto. Frustração, sensação que a envolve. Respira fundo, procurando conter tanta desilusão, para consigo mesma. Movimenta o corpo em direção oposta aquela padaria pintada de amarelo creme de ovos, quando sente um leve toque em suas costas... -" A senhora está tentando atravessar? Posso ajudá-la"? Uma jovem executiva, Maria Adelaide deduz, pela pasta preta que ela, com elegância carrega, é quem a interpela. E a voz educada, continua...-"Estou esperando um táxi, ele vai demorar um pouco para chegar. O trânsito está horrível, aliás, como sempre". Uma onda de gratidão, aquece o coração da velha senhora, sente a coragem voltar!-" Sim minha filha, preciso de ajuda! O tempo da sinaleira parece tão rápido. Não sinto confiança nestas minhas pernas"! A jovem executiva, dá o braço, onde Maria Adelaide se apóia, sentindo força neste apoio. A jovem se apresenta: -"Meu nome é Janaína, se apoie sem medo e venha comigo"! As duas olham juntas para a sinaleira que, indiferente segue seu ritmo...verde, amarelo, vermelho...-" É agora, vamos lá, não tenha receio"! As duas fazem a travessia no tempo exato! Já no outro lado, a senhora com a respiração ofegante, agradece muito o gesto caridoso de Janaína. Esta acena feliz, atravessa rápido de volta, entrando com a agilidade da juventude, no táxi que chegara, e já se foi, misturado naquele trânsito movimentado. Maria Adelaide entra na padaria onde pequenas mesinhas redondas, com cadeiras cômodas, em madeira clara, que a convidam para sentar. A garçonete, bem jovem, anota em um pequeno bloco de cor amarelo suave, seu pedido: uma taça de café com leite e um pãozinho com manteiga, para acompanhar. Enquanto se delicia com o alimento que é tal qual ela imaginara, pensa que vai pedir ajuda a alguém para atravessar de volta. O pão quentinho, se desmancha em sua boca, a cada delicada mordida sua! Janaína a lembrou que não somos ilhas isoladas. Precisamos uns dos outros. Pedir ajuda, pode facilitar tudo! Sem pressa, Maria Adelaide sorve em pequenos goles o café com pãozinho, mais gostoso, que provou em toda sua vida!