Quando a alegria se torna um remédio

Caos social. Má distribuição de renda. Impostos obscenos. Atrocidades que nos acordam de manhã, noticiadas através dos meios de comunicação. E, a necessidade básica da sobrevivência nos chama, nos coloca em estado de alerta, provocando quimicamente em nós, angústia e tristeza. Adoece nosso corpo físico, mental e emocional. A rotina iniciada na segunda feira. inicia pesada. Nunca a sociedade humana fez tanto uso de drogas paliativas, calmantes, álcool, fumo, alucinógenos, que só mascaram esse estado de ansiedade. As clínicas médicas, hospitais, já não dão conta de atender a população. As religiões proliferam, na tentativa desesperada de, através da remissão dos pecados (?), seja aliviado tamanho peso (como ser feliz se teu irmão passa fome, por exemplo). Ressurgem, surgem a cada dia, novas ou antigas terapias alternativas, que não conseguem dar conta de tamanha convulsão humana. Como conseguir trazer para nossas vidas, dentro do contexto atual, ânimo, para sobrevivermos esta fase, que seja o preço que tenhamos que pagar, vai passar? Aonde encontrar lenitivo, unguento que, estanque a sangria existencial atual, que derruba nossas defesas e nos deixa fracas(os)batendo de frente, derrubando nossos sonhos? Como olhar as crianças, com esperança, se, o mundo que elas já enfrentam é tão assustador? Tenho buscado muito uma resposta, na ciência, na magia, na amorosidade familiar...tentei tantas fórmulas, que nem consigo aqui, relatar, de tantas que foram testadas por mim. Ao fim de tantos testes, ENCONTREI! Mas deve ser renovada diariamente= é a Alegria! Antítese total, mas, é a que estou usando e está dando certo! E a alegria é encontrada nas coisas que não estamos acostumadas(os) a perceber, no cotidiano. Acordar de manhã e sentir o corpo vivo! Espreguiçar longamente este corpo, levantar da cama, ANDAR em direção ao banheiro; SENTIR a pele arrepiar por causa do frio; VER o reflexo de meu rosto no espelho; OUVIR o canto dos pássaros que passam em bando, lá fora; sentir o CHEIRO do café passado no coador; SABOREAR a chimia de uva passada com parcimônia no pão! Sim, dar valor aos pequenos e enormes tesouros que somam a riqueza de estar viva! E daí em diante...o toque do sol em minha pele, a visão das nuvens, das árvores, do trote dos cavalos na estrada, o sabor do funcho que colho no herbário para fazer um chá, o sorriso de minha filha Gisela ao acordar! Alegria de à revelia de todo este caos social, possuir identidade, manter com humildade a serenidade baseada na certeza absoluta de que tudo passa! Cuidar com infinito respeito da Rejane que Sou, a alimentando com a infantil alegria de viver!