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domingo, 12 de janeiro de 2014

Todos, um dia, ficaremos velhos.

Estamos na Lua Crescente para Cheia. Neste período de 10 dias, aqui em minha terra, podo as plantas. Este verão um pouco atípico, temperaturas altíssimas e chuvas com tempestade. Este tipo de tempo, judia muito das plantas, exigindo de mim, um cuidado maior. Daí a poda, que as ajuda a fortalecerem sua base. Lá estou eu, aproveitando a chuva e fazendo este trabalho. Como de hábito, converso com cada pé de fruta, ou arbusto decorativo, antes de cortá-lo. Falo que, assim como corto meus cabelos, unhas, estou as tornando mais bonitas. Hoje o papo com minhas plantas esteve interessante. O assunto foi um só, a preocupação de que, este tempo as está envelhecendo mais rápido. Elas crescem, maturam e envelhecem, cada vez mais rápido. Falo para elas que já estou com 60 anos, que também para mim, o tempo passa rápido. Foi quando elas perguntaram o que acontece com quem, humano como eu, fica velho...isso porque eu arranquei com raíz, uma planta que estava muito velha e com muitos fungos. Falei para elas a verdade. Que o destino dos humanos velhos, é muito diverso. Alguns são cuidados pela família, outros vão para casa de velhice e que outros são abandonados em asilos, enfim desfiei o terço de misérias, que observo em minha sociedade, no trato do idoso. Elas perguntaram para mim, como será minha velhice. Senti uma onda de carinho tão quentinha, que quase secou a meu corpo, molhado pela chuva, que caía o tempo todo. Respondi que enquanto tiver corpo e saúde, estarei cuidando delas. Foi uma troca muito emocionante, pois deitei na Terra, na grama encharcada, deixando a chuva se misturar com minhas lágrimas em uma estranha cumplicidade, naquele momento. Natureza e eu! Tão feliz, convicta que tudo, aqui neste planeta, tem seu momento. Lembrei de minha menina correndo pelas ruas de Marau, atrazada para a escola; lembrei de minha adolescencia descobrindo no beijo de boca trocado, um furacão dentro de mim; lembrei do nascimento de meus filhos; das lutas da vida; das amizades e amores; olhei para minhas mãos, com diversas bolhas da poda. Com infinito carinho, beijei minhas mãos trabalhadoras, beijei as plantas, atirei beijinhos para todas, dançando feliz, na chuva! E com momentos assim, sigo meu destino, agora aprendendo a ser velhice!

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