O centro da cidade está efervescente! Pessoas com sacolas, onde se vê brinquedos, apressadas, felizes com a expectativa de ver o rosto de sua criança feliz, ao abrir os pacotes.
A fila para pegar o táxi, está enorme. Uma menina muito, muito pobre, estende a pequena mão, pedindo uma moedinha. Ela é insistente, puxa pela roupa, quem ela interroga, com sua voz fininha, -dá uma moedapor favor?
Estou bem no fim da fila. A cena chamou minha atenção, pela olhar repulsivo da maioria das pessoas, para a pequena pedinte. Algumas viram o rosto, outras falam no celular. Uma senhora de idade, com os cabelos brancoa penteados com elegância, tira dos pacotes um embrulho para presente, um pirulito de morango e dá uma moeda para a guria. Surpresa, observo a luz que irradia da menina, para a gentil senhora. Uma luz que sai do corpo todo da menina e adentra o coração da pessoa que lhe deu tanta atenção.
Neste momento, ela, a menina, olha para mim. Com o que ganhara nas mãos, vem em minha direção. Procuro rapidamente, respirando fundo e soltando o ar pela boca, limpar minha áura, para estar um pouco digna da atenção dela.
Ela se aproxima, curiosa.
-Como é teu nome? pergunta ela.
- Rejane, e o teu? respondo.
-Estela, meu nome é Estela. Tchau.
Sou já uma mulher que sabe controlar tais situações. Mas neste momento, vendo aquele anjo de luz, ir em direção à uma carrinho de cachorro quente, senti lágrimas quentes, tão quentes, descendo pelo meu rosto. Disfarçadamente, uni minhas mãos em oração, olhei para o céu, agradecendo a vida, sentindo o calor das lágrimas aquecer meu corpo todo. Com os olhos nas nuvens baixas que, no céu brincam de chuva de vez em quando, agradeço, agradeço, agradeço.
Volto meus olhos para o mundo ao meu redor. A menina sumiu. A velha senhora entra no táxi, que dá a volta na rua, para seguir na direção que ela indicara ao motorista. O carro passa lentamente, e o olhar dela, fica como lembrança viva, para mim.
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