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sexta-feira, 17 de abril de 2015
Pai Mãe Filhos
Era para ser um fim de semana legal, em família! Quatro gerações juntas, de sexta feira à domingo. Tudo programado, as refeições combinadas, despesas divididas, tudo resolvido para serem dias agradáveis. Mãe Natureza, complacente e de bem com a vida, presenteou a família, com dias ensolarados e noites estreladas! Tudo perfeito. Nada iria dar errado. Todos imbuídos de boa vontade para este encontro familiar, afinal, a bisavó já bem velhinha, pode ser a última vez que todos estarão com ela! A sexta feira foi perfeita! A geração mais jovem com seus smart fones, as crianças brincando muito e desmaiando ao deitar! A bisavó Lilica, feliz também se recolhendo cedo, até pudim de laranjas fizera, estava cansada ( 86 anos) da zoeira! E, assim ficaram as duas gerações do meio, jogando cartas, bebericando seus aperitivos, e relembrando tempos passados. Pedro e Maria, 67 e 61 anos respectivamente,pais dos quatro filhos. Gabriel, Felipa, Mauricio e Giselda os filhos, 40, 39, 35 e 33 anos respectivamente. Todos com filhos. Idade dos netos, 23, 18,16, 15, e os pequenos um aninho cada um! Uma bela família! A bebida saboreada com prazer, logo traz um relaxamento coletivo e a conversa flui, livre, marcada por recordações da infância, dos quatro irmãos. Pedro e Maria se entreolham, divertidos, ouvindo as lembranças de seus filhos. A troca de olhar é de cumplicidade, anos de luta, de muito trabalho, manhã, tarde, noite, mas valeu a pena, ali está o resultado. Quando, as lembranças começam a enveredar por um caminho de queixa, cobrança, tipo...onde vocês estavam, quando precisamos de vocês? O coração dos dois pais, fica apertado.Como assim? Trabalhando, buscando melhorar de vida, para dar mais qualidade aos filhos. A conversa foi ficando apaixonada, afinal, todos com personalidade forte, puxaram aos pais! Mas, porque a cobrança? Por que a queixa magoada, uma acusação, tipo fizeram tudo errado... Pedro magoado, em silêncio, levanta da confortável poltrona verde escura, onde estivera sentado, vai para seu quarto, com aquela estranha dor no peito. Sua vida, sua família, décadas de uma vida com o objetivo maior, proteger e criar com dignidade seus filhos e? Coloca o pijama com dificuldade, bebera demais. Deita, puxa as cobertas, sentindo um frio existencial. Adormece com o cenho franzido. Enquanto isso, na sala, Maria se sente ferida como uma leoa, e como tal, olha com fúria seus quatro filhos. Será que eles não viam o quanto magoavam a ela e ao pai? Os filhos a esta altura, sentindo o álcool absorvido evaporar, se entreolham, surpresos com a ira materna, e a saída brusca do pai da sala. Ouvem a chamada de atenção da mãe, sempre fôra assim. Ela que mantém todos unidos seja qual for a tormenta. Em voz baixa, ficam conversando até o amanhecer. Resgatando a amorosidade, após a longa conversa, explicação de pontos de vista e a troca do abraço carinhoso. Mas alguma coisa quebrara, naquela noite, naquela família. O velho leão se deparara com a diferença do pensamento de uma geração para a outra. Ele jamais "faltaria ao respeito" criticando seus pais. Mesmo porque ele sabe que seus pais fizeram o melhor que acreditavam e conseguiam fazer, por ele e os irmãos. E sentira falta de respeito, seus filhos "cobrarem" sua atitude de pai. Ele e Maria fizeram sempre o que acreditavam ser certo, para com seus filhos. E assim, na tristeza silenciosa do patriarca da família, seguiu o fim de semana. Na hora de cada família entrar em seu carro, a troca de olhares foi tão diferente da expectativa do programado para este que deveria ter sido um lindo fim de semana familiar.
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