O olhar preocupado, observa os carros que param na sinaleira, com os vidros fechados. Fica bem mais dificil de pedir uma moeda. Com o vidro aberto, dá para ver se é homem, ou mulher. Os homens dão mais moedas. As mulheres olham para a menina sempre irritadas e sem paciência. Ela bate timidamente no vidro, mas o sinal abre, e ela pula para a calçada, ágil, já experiente. Enfia a mão no bolso, conta as poucas moedas. Na segunda-feira sempre dá pouco dinheiro.Quanto tem não chega a dois reais. Ela precisa juntar no mínimo dez reais, para dar para a Carolina. É a menina mais velha do grupo de pedintes da sinaleira que Celinha está. Sem os dez reais, ela não pode dormir no ¨cafufo¨nome dado ao amontoados de caixas de papelão, onde a turma dorme.Olha para o céu, o entardecer se aproxima. Sem se permitir desistir, ela levanta a cabecinha, que as vezes é tão pesada! Passa a mão arrumando a franja, sempre comprida demais. Respira um pouco mais forte, e com o sorriso um pouco triste, (ela não precisa fingir, mas sabe que assim, os motoristas dão moedas, sem dúvidas) espera mais uma vez a sinaleira dar o sinal vermelho, para que ela possa ¨trabalhar.
Essa é a realidade de milhares de crianças, neste momento. Vamos pensar um pouco ...
Isso me atinge? e EU COM ISSO? Não é ninguém que seja parente meu... ou filho de alguém importante para mim... Tá cheio de criança assim por este mundo de meu Deus... etc...etc...etc
Hoje, inicio escritos sobre nosso mundo real, serão 15 ao todo. Após , então, faremos uma análise bem madura, sobre o que representa viver neste planeta.
Até amanhã.
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