-Parece que o mundo está desabando sobre minha cabeça!
A voz de Suzana, pode ser ouvida, mesmo com o barulho da chuva que cai,batendo nos vidros da janela do escritório, incessantemente.
Lia, sentada à mesa em frente da colega, observa preocupada a amiga.
-Calma, pode não ser o que tu estás pensando...
Ela tenta acalmar Suzana, que aperta as mãos, uma na outra, angustiada.
-o recado foi bem claro, mamãe está no hospital, na Santa Casa.
Lia tenta confortar Suzana, mas o rosto dela está branco e sua respiração apressada.Ela pega as bolsas das duas e puxa a amiga pela mão.
- Vamos, Bruno já chamou um táxi, em dez minutos estaremos lá. O chefe já foi avisado que estamos indo para lá.
Elas estão no elevador, quando Suzana precisa se apoiar na parede, sente que vai desmaiar,quando uma mão lhe ampara e sustenta . Ela levanta a cabeça, surpresa, pois quem a está amparando é sua mãe.
-Mamãe como é possivel, voce não está no hospital?
O rosto sereno da mãe, apenas sorri. Ela passa a mão direita na face de sua filha mais velha, quando sua imagem parece se dissolver como geada quando o sol começa a aparecer de manhã, bem cedinho, aqui no Rs.
-Lia voce viu, mamãe está aqui, conosco!
Lia olha preocupada para Suzana, só estão as duas no elevador. Ela acalma a colega,falando que não vira nada. Já na rua, o táxi as espera. Em 8 minutos elas chegam no hospital. Vão direto ao andar da UTI, Suzana sente uma dor no peito, uma dor de saudade. Elas chegam na UTI, uma enfermeira solícita, pede que elas aguardem um pouco, pois o médico já está chegando
com notícias. Mal ela termina de falar uma porta é aberta e surge Dr Nei.
Ele observa as pessoas que estão na sala , procurando alguém...
-Suzana Medeiros? Podemos falar?
Ele faz com que Suzana sente na poltrona que existe no local.
-Sinto muito,o quadro de sua mãe estava estável e de repente tudo acabou. Tentamos de tudo, mas a crise foi forte e ela morreu fazem uns oito minutos.
Suzana chora baixinho, sem querer perturbar sua mãe.Está tudo certo, sua mãe se despedira dela, no elevador. As lágrimas que escorrem pelo seu rosto são de carinho e gratidão, sua mãe não partiu sem antes lhe dizer adeus.
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