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terça-feira, 3 de outubro de 2017

VENTO efeito CHICOTE

                                 Lá se vão dez anos, ou mais, que, o pai de meus fillhos e eu, resolvemos, com um grupo de Amigos, buscar um lugar para envelhecer! Procuramos, procuramos e, encontramos este oásis, onde moramos hoje! Um lugar que, cada um, transformou conforme suas necessidades e realidades, em um lar.  No primeiro ano aqui, vivi o grande Temporal! Ventos que zuniam em meus ouvidos! Ventos que falavam uma lingua até então desconhecida! Foi uma tempestade dantesca! O vento arrancava telhas, de nossas casas, com uma dança maluca! As telhas fincavam no chão, como setas direcionadas por uma força maior. De frente para a tempestade, no jeito insano Rejane de ser, observei na hora as linhas DURAS que como chicotes, ou chibatadas, arrancavam do telhado,setas que eram fincadas no chão. Foi um aprendizado um tanto doído, pois meu medo, era com a segurança de Gisela, minha quarta filha, cadeirante e surda. Coloquei Gigi no banheiro, onde as paredes pareciam seguras. Respirei fundo e abri as portas da casa, para aprender a linguagem da Mãe Natureza, desconhecidas para mim, em situação tão adversa, até aquele momento de minha vida. As lembranças dos temporais de Marau, a cidade onde eu vivi quando menina, pareciam familiares, ao que eu estava a viver, naquele momento. Lembro que, o vento furioso, atingia determinadas áreas, como se fosse um chicote! O barulho ensurdecedor do vento, parelho estava com meus mantras de força e proteção, cantados em alto e bom som. Lembro que, eu chamava os Orixas da tempestade, com um respeito infinito. Isso ficou gravado em minha psique!  A partir de então, um novo mundo começou a fazer parte da minha vida. A mão que segurava o chicote, que distribuia para todos os lados, se tornou familiar para mim. Ontem de noite, nova tempestade se tornou realidade, aqui no Estado do Rio Grande do Sul-Brasil! Vendo as grossas nuvens pretas se aproximando, a casa foi fechada e comecei a cantar os mantras de proteção. De novo, vivi o terror da força da Mãe Natureza! Tu não tens idéia de quão estarrecedora, pode ser esta realidade. E, de novo, a vida passou em minha mente, como um filme! Erros e acertos! Dores e alegrias, tudo na mesma balança! Só que, dessa vez, uma imensa paz, esteve comigo! Junto aos mantras que eu cantava, somou um novo: a gratidão por estar neste planeta! A gratidão infinita, por ver as chibatadas acertando os alvos que, para mim, não pareciam importantes! Por que determinada área? Por que arrancar aquela árvore e não a outra? E, novamente a sensação tão conhecida! Ser pequenina, ínfima, quase um nada, perante tanta força e grandiosidade!  A tempestade passou! Sim, tudo passa! A luz, obviamente faltou! Olhei para Gisela ... junto comigo ela entoara os mantras, fiel, parceira e extenuada! A coloquei para dormir á luz de velas e, abrindo a porta de casa, na escuridão da noite, rompida pelos raios incessantes, observei o caos! Tu não tens idéia da gratidão que senti, naquele momento! Sobrevivência! Estou aqui! Pronta para o próximo round! E, enxerguei com clareza, o rastro das chicotadas, dadas pelo vendaval. Quem determina o destino dessas chicotadas? Quem tem a capacidade de questionar a lei desta Mãe Maior, a Natureza! Uni minhas mãos em oração, pura gratidão! Orei por quem foi atingido mais duramente por estas chicotadas. Para que tenham forças para o recomeço, como fiz, há mais de 10 anos atrás!

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