Livre para ser por 24 horas

Então, aqui onde moro, Viamão-Rio Grande do Sul-Brasil, é verão e, tem sido um calor insuportável. O latido de Maya e Sasha me acordaram. Levantei, fui espiar lá fora. Vi o vulto de um cachorro na estrada. Relaxei, elas só estavam defendendo território. Fui ao banheiro, fiz um xixi quentinho, lavei as mãos passando uma água que saiu morna da torneira, em meu rosto. Completamente desperta, resolvi aproveitar o momento. No relógio, o marcador apontava quatro horas e trinta e sete minutos da manhã. Liguei a televisão, desligando em seguida. Abri o computador, fechando antes mesmo que ele respondesse ao meu chamado. Sentei no tapete do chão da sala, que é iluminada pela luz da área externa da frente de casa. Bem acomodada, no chão, comecei a respiração-meditação, que faço sempre que acontecem situações como essa. Veja bem...não é insônia, fui acordada! Em meu cotidiano, isso é um despertar para aprender. Quando já estava com a mente pronta para as lições elementais, um sopro forte, quente, mexeu meus cabelos, fazendo-os encobrir meus olhos. Paciência, vamos ver o que é. Abri os olhos...nada. Abri minha percepção visual...nada, tudo normal ao meu redor. Minha sobrancelha esquerda levantou inquisidora, será que os brincalhões queriam atenção? Nada! "Vá bene", pensei comigo, vamos recomeçar. Fechei os olhos, e no que comecei a respiração profunda, outro sopro forte, atrás de minha orelha direita. Levantei rápida, como uma mulher de sessenta e dois anos chama rápida! E vi, queridas Sílfides, (Elementais do ar) dançando agitadas, em círculos, chamando minha atenção. Calma, calma, falei mentalmente com Elas. As segui, foram em direção à porta dos fundos da casa. Passaram pela fresta da fechadura, elegantes, lindas, tão suaves, mas muito agitadas. No que abri a porta, o calor denso e abafado me recebeu em seus braços. O céu estrelado, parecia ressecado. As Salamandras(Elementais do fogo) no corpo dos vaga lumes, piscavam num ritmo fora do normal. As Ondinas(Elementais da água) pareciam desmaiadas, com seus corpos sutis, grudados no pouco orvalho existente na grama do chão. O que mais me desnorteou, foi ver as Gnomas(elementais da terra) magérrimas, se apoiando umas às outras. O som que todos faziam foi aumentando, até se tornar um lamento audível para qualquer humano. Água, estavam pedindo água, desesperados por água. Estás a ver que, coloquei os chinelos de borracha e lá me fui, com mangueira, molhar cada cantinho da área externa, que é enorme. Fundos, herbário; frutíferas; recanto masculino; canto da alma perdida; recanto dos Orixás, recanto do fogo, e todo o resto, tão significativo quanto o que já foi citado. Simplesmente acabada, vi o Sol nascer, anunciando mais um dia tórrido! Pensei comigo: Estou ficando velha, saudade de meus trinta anos de idade física! Quando entrei em casa, os ponteiros do relógio da cozinha marcavam seis horas e dez minutos. Muito cansada coloquei a água a ferver, para coar um café gostoso e me reanimar. Foi quando os quatro Elementais, rejuvenescidos, surgiram à minha frente..Pensei com meus amados botões,..será que esqueci de algum cantinho? Mas não! Mentalmente conversamos e, para minha surpresa, Eles trouxeram um presente. Estava escondido nas mãos da amada Gnoma, que puxada no ar pela Sílfide se aproximou de meu rosto e abriu suas pequeninas mãos. Soprou em direção à minha testa e um leve torpor tomou conta de mim. Assim assim,(os Elementais) Eles sumiram! Aos poucos a sensação de liberdade tomou conta de mim. E uma certeza absoluta brotou no som de minha voz...HOJE SÓ VOU FAZER O QUE QUERO! Nem mais, nem menos! Incrível, uma adolescente, sabes? Era eu, hoje de manhã, sou eu agora, escrevendo este blog. E estou aqui escrevendo PORQUE QUERO! Amanhã, te conto, como foi o resto deste dia estranhamente feliz! Fica bem!