"Ioioca", era o apelido da avó de meu marido. Uma capricorniana muito inteligente e sábia!
Quando eu com minha tradicional ansiedade existencial, entrava em discussões desgastantes, normais em uma família onde todos têm personalidade forte, ela dizia...
-Minha filha, o que é do gosto, é regalo da vida.
Eu levei um certo tempo para concordar com ela. Típico de quem se preocupa com o mundo, eu queria que tudo ficasse bem. O olhar dela, me acompanhou por muito tempo. Acredito que ela via em mim, capricorniana também, algo que ela aprendera a controlar. O poder do mando! Isso é natural em pessoas deste signo.
Hoje tenho este ditado popular como alerta que soa em meus ouvidos, com a voz desta velha mulher, em tom sonoro e claro! Sempre que sinto dificuldade em entender um comportamento humano, a escuto. Então, respiro fundo tres vezes, como já te ensinei, e silencio.
Assim como eu decido minha vida, aprendo a todo instante a respeitar, mesmo que não aceitando, a decisão das pessoas que na maioria das vezes, "dão com os burros n´água" outro ditado popular he he he.
Ioioca morreu com noventa anos de idade, se lembro bem! No fim de sua vida, (a tenho como exemplo de persistência) suas atitudes já eram silenciosas. Seu olhar era cheio de interesse, mas sua atitude se transformara em recolhimento.
Tenho cinquenta e oito anos, já me sinto como se tivesse noventa! Meu olhar, tal qual o dela, absorve os mínimos detalhes da vida ao meu redor. Tudo que acontece, tanto próximo à mim, quanto uma notícia lá do outro lado do planeta, ou ainda de viagens espaciais, traz esta frase, com uma verdade assustadora... o que é do gosto, regalo da vida!
Mesmo que o conhecimento científico não pare de avançar, a atitude humana bate de frente com a verdade individual e o grau de evolução de cada ser dá as regras para a totalidade da vida neste planeta!
Assim navego nos dias de hoje. Observadora, e juro por tudo que acredito, tentando ser silenciosa. Minha mente deleta o que não é importante.(dentro da minha verdade?) Tornar Rejane contemplativa, não faz parte do químico altamente mutante, que forma minha pessoa,mas, também neste quesito estou me tornando frente de resistência.
Busco com sofreguidão, respirando profundamente quinhentas vezes por dia, entender e tornar interessante viver neste planeta. Planto ervas, no terreno quase não tem mais lugar para plantar mais árvores. Faço novas mudas das ervas do canteiro de cura, dou para as pessoas. Pinto, bordo, atendo em meu oráculo, escuto o som da natureza, falo contigo neste blog.
E consciente da tremenda verdade deste ditado, título deste texto, fico aqui, tentando ser quietinha, aceitando a evolução lenta, doídamente lenta,da sociedade humana atual!
Minha mente, se recolhe nas alturas das montanhas, onde cabrita que sou, me misturo com a águia soberana que sou, em seu vôo solitário!
Vamos lá, fevereiro a pleno vapor, velha deste jeito, aprendendo a viver. Te aconselho o mesmo. Faz tua parte, e quando estiveres velha(o), como estou hoje, ainda assim serás a soma de ti mesma(o)!
Tenhas um lindo dia!
Que coisa linda Rejane! Minha mãe, que partiu no ano passado aos 96 anos de idade, nos falava muitos provérbios, e um deles era esse. De vez em quando ele me vem a mente com certos acontecimentos. Achei seu comentário tremendo porque em parte me identifiquei com ele. Mas me perdoando minha ignorância, gostaria que você me explicasse essa parte. "Assim navego nos dias de hoje. Observadora, e juro por tudo que acredito, tentando ser silenciosa. Minha mente deleta o que não é importante.(dentro da minha verdade?) Tornar Rejane contemplativa, não faz parte do químico altamente mutante, que forma minha pessoa,mas, também neste quesito estou me tornando frente de resistência."
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