Mãe - um tesouro sagrado

Minha mãe está com 84 anos. Sexta-feira fui dormir lá, para minha irmã ir trabalhar no sábado, no Brique da Redenção. Já escrevi a respeito de minha relação com ela, Dada. Foi muito braba! Eu e minha irmã mais velha, apanhamos muito, em nossa infância. Era assim, era rara a mãe que não batia em seus filhos. Educação daquela época, fazer o que? Bem, cresci sem o carinho materno. Então, tu não imaginas como é estranho para mim, nos dias de hoje ter ela, amorosa! Na real ela me desarma aos poucos, daquela educação rígida e seca. Aprendi a amá-la há pouco tempo. E te digo, quando nas noites que durmo lá (sextas-feiras quinzenais), e sou surpreendida por ela que vem acomodar as cobertas sobre mim, que já estou na cama, fico estranha, quase perdida. Uma adulta, com 59 anos, que se emociona com o carinho de sua mãe. Podes ter certeza, é muito estranho, pois sinto vontade de chorar, não o tempo perdido pois não choro o leite derramado. Mas, a constatação de quão bom é este carinho e de quanta falta me fez! Enfim, sempre é tempo, e quando dou tchau para ela, e seu abraço é demorado, enquanto ela sussurra em meu ouvido...-Obrigada minha filha, saio de perto dela, curtindo uma criança que não vivi, mas que fica, naquele momento, presente em mim! Bom domingo!