Eu estudei o primário em colégio de freiras. Já ouvistes falar na "palmatória"/ Era uma régua larga, irritantemente chata, que as freiras usavam para nos educar com limites, ou mostrar que estávamos errando. O ditado: dar a mão à palmatória , vem daí." Aceitares, concordares que estás errada(o).
Tinhamos que estender a mão e ela era duramente agredida com esta régua do mal!
Então, eu por um tempo, fiquei conhecida como "Maria mijona" porque estava sempre pedindo para ir ao banheiro fazer xixi.
Na realidade, eu queria mesmo era sair daquela aula chata, chatérrima. Ia para o pátio externo, sempre as freiras me encontravam no mesmo lugar. Existia na época, uma capela com uma Nossa Senhora e tres crianças, que eu amava estar com elas. A Senhora falava muito com as crianças, que só ouviam. As vezes os tres choravam e ela com palavras, os animava a não desistirem em suas preces por este planeta!
Nunca ela se dirigiu para mim, mas eu não me importava, rezava com as tres crianças. Com elas aprendi a Ave Maria, o Pai Nosso , o Glória ao Pai e com muita dificuldade a Salve Rainha. Havia uma freira, Madre Assunção, que olhava curiosa para mim, quando era ela que me "apanhava" naquele lugar. Eu percebia, ela chegar bem devagarinho, como se quisesse descobrir o que me retinha tanto tempo ali.
He he he, ela nunca descobriu, mesmo porque eu sempre tive a consciencia claríssima de guardar segredo, deste meu mundo! Foi sempre maior que minha lógica comportamental.
Com o passar dos anos, minha atenção foi distraida para os elementais guardiões da terra. Eles ficavam comigo, em silencio, traziam margaridas do campo, que colocávamos juntos nos pequenos vasos que existiam na pequena gruta!
Nunca, jamais, procurei explicação sobre este mundo paralelo, que com meu crescimento foram ampliando. O que busquei explicação, foi na abservação do ser humano.
Sabes no recém nascido, a moleirinha? Que fica no alto da cabeça e que vai "fechando" conforme o bebê cresce? Até hoje, sinto muito frio na cabeça, "ainto que minha moleira não fechou! E esta explicação aquece minha alma, com relação ao meu jeito de viver e passar por aqui-planeta Terra.
Com aquela Santa Senhora e suas tres crianças, comecei a observar na missa, o ritual da consagração. Eu já tinha nesta época nove anos.
Quando o padre, ao som da campainha que era tocada por coroinhas, elevava a hóstia e o cálice sagrado , era o momento que luzes coloridas ficavam no altar. Diversas vezes, recebi puxões de orelhas por não estar ajoelhada, de cabeça baixa, como todos que assistiam a missa.Pensa que desisti? Jamais!
Aos dez anos de idade, com minhas tres amigas inseparáveis, então no ginásio estadual, vim a conhecer o mundo cigano.
Mas isso é assunto para a próxima semana.
Até amanhã! Ficas bem!
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