Capítulo XI
Voltando ao contexto da experiência que estou vivendo: o câncer em minha vida! Jamais o que eu diga, te dará a real noção de tudo isso. Para mim, é mais uma prova do quanto somos humanos e de que o que pensamos que sabemos ou dominamos, nos torna sábios! Santa ignorância! Entendi o mundo das pessoas portadoras de necessidades especiais, quando gerei uma filha com deficiências. Ela tem hoje, 38 anos é cadeirante e surda! Tudo que eu preconcebia, a respeito deste assunto virou fumaça! Hoje, percebo melhor tal realidade. Filhos, netos adolescentes, que se envolveram com álcool, drogas, também vivi isso e identifico claramente na pessoa que conversa comigo, qualquer assunto que seja, a sombra deste caminhar! Então, quando o câncer se tornou real em meu útero, pensei, conversando com meu Povo Espiritual: a lição final! Ok! Vou fazer uma mousse de limão, para agradecer tal realidade. É físico, vou dar conta, Sou do elemento terra. Muito racional. Eis que surge minha quarta filha, a bebê, que com os olhos brilhando me diz: Sou gay! Madona mia! Não tem como dizer: para o trem que eu quero descer! Essa possibilidade, não existe! Então, hoje, passados doze dias da quinta quimioterapia, mergulhada estou neste aprendizado, o da minha vida real! O gosto de metal, na boca o tempo todo; as unhas fracas, mais fracas do que eu pudesse ter imaginado, ao olhar pessoas cancerosas! Careca, sempre sonhei em raspar a cabeça, tive um ancestral monge. Deus me livre, não tomar remédio para enjoo, insônia, dores por todo o corpo. É assim que estou nesse momento. Ah! E escovando os dentes o tempo todo, comendo de duas em duas horas e bebendo muita água! Então meu abraço agora, vai para todo este povo que está aluno de câncer! Fiquemos todos bem! Afinal, é sexta-feira! Carinho!
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