Já lá vão uns trinta e muitos anos...
Primeiro país a conhecer...
Argentina, aqui vizinha do Brasil. Fomos de carro! Eu recém casada, sem filhos e puro hormonio e purpurina! Na ida, as dores de cabeça contrastavam com a euforia da liberdade, (mais ou menos) meu marido naquela época era possessivo, mas tão amoroso que tudo valia a pena!
Passamos por Uruguai, estrada sem fim, daqui de Porto Alegre, até lá! No Uruguai a energia muito dura, fomos parados por uma kombi-polícia que nos fez colocar as mãos na camionete, enquanto éramos revistados.O país estava vivendo um período negro com os tupamaros em ação. Aqui no Brasil a ditadura também estava violenta. Enquanto estávamos sendo revistados, uma hermanita, do mundo espiritual, toda descabelada e com as vestes manchadas de sangue gritava para mim...
-segura tua barriga e chora , diz que estás grávida...
Mal ela terminou de falar, as lágrimas romperam e aos gritos eu fiz o que ela mandou. Logo um monte de uruguaios(as) nos cercaram ameaçadores, parecia uma panela de pressão prestes a explodir.
Eles nos deixaram ir... Até chegarmos em Colonia Del Sacramento, para atravessar o rio, esta hermanita ficou conosco.
Argentina foi muito, muito além das minhas expectativas. As ruas, praças, restaurantes, um espetáculo abundante. Foi neste país que aflorou a minha consciencia cultural. Muitos pensadores, artistas, eruditas, boêmios, sábios. As mulheres sensuais expandindo sedução nos mínimos gestos. As hermanitas , (do mundo paralelo)sem dúvida alguma, sabiam que eu estava descobrindo ser intérprete de oráculos, pois queriam o tempo todo que lá estive, ensinar seus diversos modos de "jogar as cartas"!
Mas a experiência mais contundente eu vivi no mercado das pulgas de lá.... Estava procurando algum baralho cigano, para comprar, quando vi tres homens sentados em um banco, na calçada. Eles discutiam com paixão, gesticulavam muito, chamando a atenção de todos que por lá estavam. Estás a ver, que logo dei um jeito de me aproximar, para entender qual o motivo de tanta exaltação...
Quando fui me aproximando, senti uma lufada de vento que surgiu do meu movimento. No que ela os tocou, os tres olharam para mim, irados, vociferando algo inteligível e sumiram! Assim, no ar, como estou te falando.
Fiquei pasma, de boca aberta! Saí da pasmice, procurando olhar para todas as pessoas que com toda a certeza, viram o mesmo que eu.
Elas estavam normais, ninguém vira o que eu vi? Mas elas também estavam olhando para eles... Olhei novamente o banco... não havia banco algum e o que existia na realidade comum, era uma mulher pintando um quadro.
E as pessoas olhavam para ela. Me aproximei do quadro, a pintura era de tres homens conversando, sentados no banco, que eu vira ainda a pouco, na minha dimensão.
Foi muito confuso aquilo tudo. Eu não tinha entendimento que eu estava mudando, talvez por ter me tornado uma mulher completa (fazer sexo) eu estava desenvolvendo mais percepções.
Hoje, sei da riqueza das primeiras vivências, em função deste cérebro atípico que possuo!
Naquela época, foi maluco demais. Tive que voltar ao Brasil, para meus amigos espirituais irem me fazendo entender o que era isso que eu lá vivi.
Nos falamos amanhã! Ficas bem!
Seja benvindo...Setembro!
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