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terça-feira, 16 de agosto de 2011

Autobiografia

Desde muito criança, sou tri de ligada em ciganas, caravana, nas ruas, seus feitiços e maldições!
Conchita, faz parte de minha vida, a mais de vinte anos.
Eu estava no supermercado, fazendo as compras da semana, naquela época, eu ainda andava às turras com o deus dinheiro. Era uma verdadeira ginástica comprar o mínimo para uma família com quatro filhos. Eu não tinha preocupação com o básico. Naquela época eu abria as cartas em troca de mantimentos, a despensa estava sempre farta! O que faltava eram gêneros básicos de higiene, perfumaria e repor o que era quebrado na cozinha, por exemplo.
Estava eu, naquele dia, andando distraida no corredor de escovas de cabelo. Muito supérfluo dentro da conjuntura que eu vivia naquele momento. Minha escova de cabelos estava tão gasta, que eu precisava me desculpar com meus cabelos, quando os escovava com ela!
O carrinho de compras estava pronto, o que eu levara de dinheiro era para aquilo. A escova, na prateleira era o que eu precisava. Dei um suspiro, fui adiante. Senti minha atenção ser chamada por uma bela mulher cigana. Não estava com compras, mas tão real que não a associei aos meus amigos espirituais. Ela estava defronte a escova que eu não pegara. Foi um sacudir de seus cabelos longos e pretos, que me fez identificar sua origem. Um perfume de madeiras do oriente fizeram minhas narinas expandir prazeirosamente!
-Leva para ti! suas palavras eram uma ordem.
-Não posso, não tenho dinheiro suficiente! respondi mentalmente para ela.
Ela então enfiou a escova nas longas mangas de sua blusa multicolorida.  Fiquei em choque, ela estava mandando eu roubar a escova.
-Desculpa, mas não consigo, todos iriam notar, sou péssima ladra.
-Não tens com que te preocupar, eu escondo para ti e ninguem vai ver! ela falou com segurança.
Fui para o caixa, sentindo as cerdas da escova espetarem minha pele, eu a pegara! O coração parecia que iria saltar pela boca, passei , deu tudo certo!
Quando entrei em casa, o supermercado ficava a duas quadras de onde eu morava, larguei as compras sobre a mesa, subi as escadas indo direto para meu quarto. Fechei a porta, tirei a escova entre lágrimas e risos nervosos.
Naquele momento eu me tornara uma ladra! Um estranho prazer. misturado com um pouquinho de vergonha, mais prazer que vergonha, era o que eu sentia.
Conchita apareceu do meu lado, falando tranquila e decidida:
-Tu não precisas roubar para ter o que seja importante para ti. Estás brigada com nosso amigo dinheiro? Tens um dom, és cartomante, roubar é para pessoas fracas e medíocres, ou doentes. És isso? Troca teu trabalho por dinheiro, para de trocar por alimentos. Com o dinheiro comprarás o que for realmente necessário, inclusive uma escova de cabelos!
Amei Conchita desde a primeira vez que a vi, ela me acompanha até hoje, e ela é testemunha do que te conto a seguir...
no dia seguinte, após ter colocado as cartas para uma senhora muito perfumada e elegante, fui no supermercado e comprei a escova. Sim, da mesma maneira que no dia anteiror eu a roubara, entrei com ela e na saida, no caixa, junto com o pão e o leite foi paga!
O que ficou marcado em mim, foi a sensação na hora do roubo, sem dúvidas, pode se transformar em vício, é muito avassaladora a sensação.
Conchita e eu dizemos para ti, que les este blog:
até amanhã, tenhas um lindo dia!

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