Ana Amélia Lemos, Senadora eleita em meu Estado, com mais de tres milhões de votos, e Maria do Rosário, Ministra da Secretaria de Direitos Humanos! Eu saí do aconchego de meu refúgio, para espiar o comportamento destas duas mulheres, que estão na cúpula política de meu país!Ir à este fórum foi por este motivo!
Completamente desarmada de conceitos, sentada comodamente na poltrona do teatro, preparei minhas antenas psíquicas para a observação, ao estilo rejane de ser. Quem falou primeiro foi a senadora, com uma objetividade digna da maturidade adquirida nos longos anos, em que esteve à frente das comunicações. Elegante, falando pausadamente, sábia! Senti um grande orgulho, não desperdicei meu voto. Inteligente, informativa e altamente política! O tempo transcorreu rápido, e as perguntas feitas pela platéia foram respondidas com coragem e uma racionalidade digna da mulher que ela é! Fiquei satisfeita, entendendo o tempo vivido até aquele momento,como útil! Na primeira hora da tarde, após o almoço, Maria do Rosário iniciou sua palestra. Durante uns bons minutos, tive que tapar meus ouvidos, a fala dela estava gritante. Mesmo com os ouvidos tapados, o som entrava agudo e irritante, ecoando forte em minha cabeça. Tive que fazer um controle enorme, para manter minha energia neutra. Com dificuldade, fui aos poucos, com uma respiração discreta, diminuindo o som de sua voz, para poder concentrar a atenção em sua fala. Jovem, uma mulher jovem, tendo muito caminho à sua frente, e com assessores péssimos, pois de início, já poderiam ter dado o toque do som alto de sua voz. Quando a paixão com que defendia sua atuação, dentro do ministério foi acalmando, sua voz foi adquirindo um tom audível menos agressivo. Falou o que tinha que ser falado, dentro de sua crença do certo e errado em sua participação no governo. Fiquei curiosa, em imaginar como estará esta mulher daqui dez anos. Assim como entendi a primeira mulher elegantemente controlada, talvez por ter mais anos de vida e experiência ativa nas relações humanas, percebi a segunda mulher, mais jovem, ainda tendo que aprender a controlar seus ímpetos pessoais, em nome de passar um recado menos agressivo. Tudo certo, como gosto de dizer! Meu cérebro, tirando suas conclusões, já apontava o óbvio até aquele momento, a mulher no poder, é uma realidade! E são corajosas, tanto uma, quanto a outra! Senti um misto de orgulho e compaixão, por cada uma. A mais velha, aprendendo o jogo de cintura no poder , a mais nova doando a vida em sua crença, ambas no caminho cheio de pedras que é a política! Dimensionei, na situação micro que estava participando, para a Presidenta Dilma, que administra o meu Brasil, um macro desafio. Já fazem anos, que quando sento à beira do fogo, expando luz para as mulheres no poder. Alí, aprendi que saúde, equilíbrio e malícia, entram nesta expansão, a partir de então. Ouvi atentamente os homens palestrantes. O representante da Unimed, muito expert na palestra; Esperidião Amin o deputado bem humorado, não acrescentou nada para mim; Jaime Lerner extremamente inteligente e visionário; Luiz Pondé exausto fisicamente, cumprindo uma rotina; Dominique Volton derrubou o copo duas vezes, sendo que na primeira a água caiu no chão e na segunda ele foi rápido e evitou outro pequeno desastre, fuso horário he he. Os jornalistas, mediadores cumpriram com brilhantismo seu papel. E foi então que meu tempo para este fórum encerrou. Fiquei com vontade de ouvir Tabaré Vasquez, mas o químico de meu corpo tinha esgotado até a última reserva. Levantei o mais discreta possível e saí do teatro satisfeita, por ter seguido de novo, o comando inconsciente do ter que estar em tal lugar! Feito! Soma? O de sempre...constatação da aceleração da participação da mulher na sociedade humana! E CONVICTA de que meu lugar é onde estou, orando, sim orando, expandindo força, para estas guerreiras que estão por aí, na luta física por um mundo melhor!
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