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quinta-feira, 7 de junho de 2012

Um dia especial

Hoje, aqui onde moro, é feriado, minha mãe veio passar o dia aqui em casa. Chegou eram quase onze horas da manhã. Agasalhada, desceu da camionete,(dirigida por seu neto mais velho que a fôra buscar em casa) com alguma dificuldade, quase nada frente aos oitenta e quatro anos que ela tem. Minha atenção foi atraída como um ímã, para seus cabelos brancos. É lógico que já estão brancos há um bom tempo, mas no instante em que ela desce do carro, o sol bate em cheio em sua cabeça, e o reflexo de sua luz cegou,por instantes, meus olhos. Assim do nada uma vontade enorme de chorar, como se eu estivesse menininha com saudades da mamãe! Calma, pensei comigo! Calma, respira fundo, equilibrio, vamos rejane! Ningém reparou em mim, já estou phd nestes momentos, tanto eles são decorrência natural em minha vida. A abracei com carinho, beijei suas mãos, estavam geladas. -Mãe, cadê suas luvas? Está tão frio, vamos entrar logo, a lareira está acesa, está bem quentinho lá dentro.Ela não quis entrar, rebelde como sempre, minha mãe. Pegou o caminho da horta e por lá se foi. Novamente, por sobre o muro da piscina, chamou minha atenção, aquela nuvem branca(seus cabelos) andando entre as árvores. Muito bem, pensei comigo, vamos lá, o que temos para aprender aqui, agora? Mentalmente,(converso comigo mesma o tempo todo)abri minha percepção sensitiva. Devagarzinho eles foram se chegando...Seres muito velhos, cinco ao todo. Dois homens e tres mulheres. Suas vestes de pano crú,na cor bege e um cordão dourado amarrado na cintura. Os cinco, com longos cabelos soltos, completamente brancos, igualzinho ao dela. Juntei as mãos em oração...namaste, sintam-se bemvindos! Mentalmente os saudei, percebendo por sua atitude silenciosa, serem muito evoluidos e que iriam passar o dia a acompanhando. E assim foi. Eu acordei cedo e as tres sopas (uma de legumes, uma de frango desfiado e uma de agulha com osso) feitas por mim, deixavam um perfume de carinho no ar! Ao sentarmos à mesa, enquanto todos se deliciavam sorvendo cada colherada,eles ficaram observando o modo que a família a tratava. Netos,bisneto, genro, filhas, seus olhos se demoravam em um e outro. Quando fomos lá para fora, tomar o cafézinho, após a refeição, nos sentamos formando uma roda, foi interessante, pois o calor do sol é que nos chamara e no calor do sol, ao tirarmos fotografias, que eles começaram a ir ficando transparentes até sumirem. E minha mãe a cada avião a jato que passava céu acima, deixando o traço branco bem delineado, como um sinal curto e rápido,nos assustava com seus gritos de alegria...olhem olhem, mais um! Já sabes que não vou entrar em mais detalhes! Foi profundo ver os ancestrais de minha mãe, estando ali, "vivendo" com quatro gerações juntas, desenvolvendo seu dna. Conforme o risco do avião a jato sumia, os seres iam saindo do campo de minha visão. Como eu sei que eram ancestrais de minha mãe ? Isso eu não posso te contar, quem sabe um dia, quando sentarmos em roda, ao redor do fogo, com aviões sobrevoando os céus!

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