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sexta-feira, 15 de julho de 2011

Autobiografia

Eu estava com treze anos de idade, isso foi em mil novecentos e sessenta e oito!
Meus pais resolveram viajar para "a capital", onde em férias ficamos quinze dias. Lembro que chegamos ao entardecer, e o por do sol atrapalhou muito a visão de meu pai, nos deixando em alerta até chegarmos em Porto Alegre, onde a estátua de um gaúcho nos saudou! Lá já estava meu tio, com seu carro, nos aguardando, para nos guiar até a casa dos meus avós maternos, no bairro alto da bronze. Em meio à balburdia natural da chegada, meu coração dava pulos, dentro de meu peito parecendo querer sair de tanta emoção.
Não era saudades dos familiares, isso também, mas as figuras que eu via nas ruas, eram de uma riqueza incrível! Eu não conseguia de dentro do carro, identificar os de carne e os do meu mundo, não havia comunicação nenhuma, eles só se deixavam ver.
Quando chegamos na casa de meus avós, fomos "distribuidos" para a casa das tias, irmãs da nossa mãe. Assim, naquela primeira noite, no décimo andar, do prédio onde até hoje é o clube de cultura, na ramiro barcelos, vi o sol nascer da grande sacada . O sol nasceu lindo, uma bola vermelha de fogo tocou meu corpo, senti uma vibração forte de hormonios e muita paixão. A linda mulher que me acompanhou neste alvorecer, segurava em minha mão, tão silenciosa quanto eu!
O movimento da casa começou cedo. O tio lendo jornal, a tia charmosa e linda andando pela casa dando ordens. Que mundo diferente da minha família. Senti uma ponta de dor no fígado, ao observar o carinho entre minha tia e os filhos, isso sempre fez muita falta para a guria que eu fui.
Era sábado, e minhas primas só falavam da festa que aconteceria de noite no clube que era no térreo, ali mesmo.
Minha tia olhou minhas roupas num sinal claro de reprovação, durante a tarde, ela providenciou outra para que eu pudesse também ir na tal festa.
Eu parecia estar vivendo um conto de fadas. A cidade possuia um cheiro peculiar que me encantou. Tudo era uma grande aventura. O dia passou voando entre preparativos, parecia que as tais festas eram muito importantes para minhas primas.
Ganhei da minha tia uma sombra em bastão com diversas cores, que adorei. Estás a ver que aprendi muita coisa, inclusive a pintar meus olhos e cílios com produtos que me deixaram hipnotizada. Quando entramos no elevador, olhei para o espelho e gostei muito da rejane que ele refletiu. Entrei na boate do clube segura e bonita! (inédito, naquele dia minha mulher estava maturando em mim)
Quando entramos na boate, meus primos (um guri e duas gurias) foram me apresentando, tipo assim em altos gritos...pessoal esta é a rejane nossa prima do interior.
O som era da miriam makeba, o ambiente era escuro, observei que as lampadas estavam cobertas com papel escuro. Foi exatamente neste momento, meio obscuro que ouvi um rugido forte e fiquei arrepiada dos pés à cabeça. O coração parecia querer sair pela boca, eu já era macaca velha nestas situações, mas neste momento o químico de meu corpo galopava alucinadamente. Não sei como pude controlar minha atitude,naquele momento, me pareceu lógico procurar a origem do rugido. Novamente ele ecoou, forte, quase satanico. Virei meu corpo, o som vinha do outro lado para o qual eu estava olhando. Um grupo de jovens, reunidos perto do toca discos, estava escuro, eu conseguia identificar mais os vultos. Meus olhos viram um exemplar masculino que mãe de Deus, como diria minha avó, que loucura! Era um cavalo de raça. as calças justas, boca de sino, marcavam bem as coxas fortes e a pujança masculina daquele exemplar masculino. O rugido, do tigre, não se repetiu mais. O jovem atraido pela força de meu olhar,desviou os olhos para o que estava fazendo e me viu. Senti e vi naquele momento um mar colorido de mim para ele e dele para mim. As pessoas reais sumiram , em seu lugar surgiu um deserto e um povo negro, alto, vestido de azul noite, entre eles estávamos eu e esse rapaz.
Em segundos tudo voltou ao normal. Daquele momento em diante, minha vida deu uma guinada violenta, com um entendimento percebido por mim, graças aos meus companheiros da luz, que eu havia iniciado uma história para guerreiros e que muitas lutas eu e aquele jovem travaríamos juntos a partir de então.
Mas isso é outra história, que teclarei semana que vem. Óbvio que este foi o encontro do grande amor, da alma gemea completa com alegria e sofrimento, conquistas e dores, enfim o par existencial. Alí começou a história de rejane e adel, uma história de amor que luta até hohe, mais de quarenta anos passados, para existir limpa, amorosa e cúmplice.
Até amanhã. Tenhas um bom dia!

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