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sábado, 16 de julho de 2011

Autobiografia

Eu estudava então, em escola de freiras. Meu sonho era ser uma delas. Participei de dois retiros, eu e diversas outras gurias, que também queriam seguir a vida sendo noivas de Cristo.
A clausura era um lugar sagrado, em minha imaginação! Nós não podíamos sob hipótese alguma entrar lá. Aquela porta, sempre fechada, mexia muito com minha imaginação. No segundo retiro, o número de meninas já era menor, a maioria havia desistido. As cinco horas da manhã, acordávamos para rezar, após faxina por tudo, tinha as que tiravam o leite da vaca, as que limpavam o chão, ajudavam na cozinha etc. Eu fui auxiliar da cozinha, minha paixão até hoje. Mas eu via que o trabalho era muito puxado. Não havia empregadas, as freiras é que faziam tudo. Na hora das refeições, elas sentavam à mesa, por ordem hierárquica, e as professoras não trabalhavam em tarefas domésticas, tendo um lugar privilegiado.
O retiro era de cinco dias, no segundo que participei, meu amor por Jesus Cristo era relativo, eu queira ficar do outro lado da clausura para ler, meu sonho, ler muito. Imaginava uma grande biblioteca, com livros enormes.
Mas enfim, uma tarde em que fui levar chá com bolachas para a irmã Assunta, que estava adoentada, tive permissão para entrar com a bandeja, Nossa, que desilusão, era um corredor com duas salas e portas que davam para quartos, tipo onde entrei para servir o chá! Olhei atenta, para ver se via meus amigos mas eles não apareceram em momento algum, enquanto lá estive.
Comecei a achar tudo muito triste e chato, no terceiro dia, pedi para chamarem meus pais, eu queria ir embora! Maria Rita, uma menina da colonia, que ficara minha amiga de confidencias, me deu uma lembrança. Uma aliança de noiva de Cristo, pois ela tinha certeza absoluta que eu voltaria, e que este era nosso caminho.
Guardei esta aliança até conhecer meu amor. No mesmo dia que o vi, no Clube de Cultura em Porto Alegre, no dia seguinte fui na Capela do Divino, no parque da Redenção e coloquei a aliança aos pés da pomba branca o Divino Espírito Santo. No momento que fiz isso, senti uma cólica muito forte, cheguei a ouvir um gemido, olhei ao redor. Haviam poucas senhoras de idade rezando o terço, e uma mulher do meu mundo, que puxava de uma perna, saindo da capela.
Sempre senti, soube, que um dia, na vida que escolhi, passaria por um grande teste. Quando soube que minha quarta filha era excepcional,  gritei para o Universo, perguntando porque eu?
Foi quando ouvi aquele gemido e senti a mesma cólica forte em meu útero, que sentira ao entregar a aliança de noiva de Cristo na Capela.
 Olhei para minha filha que estava no colo de minha sogra, que olhava assustada, perante meu desespero, ela estava lá, em pé, segurando a mão de minha filha, sim a mesma mulher que puxava de uma perna , que vi na capela, naquele longinquo dia.
De alguma maneira, entendi naquele momento que estava tudo certo,e mergulhei alucinada  no aprendizado.
Fico por aqui, hoje, está certo?
Tem um bom domingo! Nos falamos segunda feira! Ficas bem!

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